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Revista :Estúdio

versão impressa ISSN 1647-6158

Estúdio vol.11 no.29 Lisboa mar. 2020  Epub 31-Mar-2020

 

Artigos Originais

O gabinete real de leitura de Claudio Garcia ou como um artista sedimenta o tempo

The real reading cabinet of Claudio Garcia or how an artist sediments time

Ronaldo Oliveira1 

1Arte Educador, Docente, Pesquisador; Universidade Estadual de Londrina. Rodovia Celso Garcia Cid Pr 445 Km 380 Cx. Postal 10.011 Campus Universitário, PR, 86057-970, Brasil.


Resumo

O proposito deste artigo é apresentar e discutir o trabalho do artista visual brasileiro Claudio Garcia, centrando a discussão em seus Livros de Horas. Livros de Horas são construções artesanais que o artista vem elaborando há décadas. Por meio de múltiplos procedimentos poéticos (gravuras, pinturas, desenhos, colagens, escrita), Claudio vai sobrepondo materialidades e criando através de espessas camadas cada uma das páginas dos seus livros. Essas sobreposições de materialidades acabam por criar com seus Livros potentes lugares. Numa espécie de palimpsesto, o artista nos coloca diante de diferentes temporalidades e memorias, das “coisas” e de nós mesmos.

Palavras chave: Livros de Horas; Palimpsesto; Temporalidade; Memória; Arte

Abstract

The purpose of this paper is to present and discuss the work of Brazilian visual artist Claudio Garcia, with a focus on his “Hour Books”. Those are handcrafted pieces the artist has been working on for decades. Through multiple poetic techniques (engraving, painting, drawing, collage, writing), Claudio overlaps materials and builds thick layers in each page of his books. Such overlapping ultimately creates powerful poetic places in his Hour Books. It is a kind of a palimpsest through which the artist presents us with different temporal moments and memoirs of the “things” and of ourselves.

Keywords: Hour books; Palimpsest; Temporality; Memoir; Art

Os desenhos, que fazia no caderno de viagem, eram a ficção tão desejada. (GARCIA, 2010)

Introdução: o artista, o pesquisador, o professor

Claudio Luiz Garcia, artista visual, pesquisador, educador e arquiteto brasileiro, lançando mão de múltiplos meios (gravura, desenho, pintura, colagem e a escrita enquanto imagem) vem construindo, ao longo de décadas, uma potente e ininterrupta obra visual. Vive e trabalha em Londrina, atuando enquanto docente no departamento de Artes Visuais da Universidade Estadual de Londrina /Paraná / Brasil. O entrelaçamento da sua carreira profissional enquanto docente está impregnada, ou melhor, amalgamada com os seus saberes da arquitetura, das artes visuais, da literatura. O espaço que hoje ocupa e que com muitos convive, atelier de gravura (fig. 1), no departamento de artes visuais da UEL, reflete esse amalgamar de saberes, fazeres e heranças, que me parece vir de muito longe. São objetos e materialidades das mais diferentes naturezas e origens, que vão dando forma e constituindo o espaço. Nada ali parece solto, perdido. Tudo parece contribuir para compor uma espécie de laboratório alquímico, onde estudantes e professores se encontram não somente para fazer gravura, mas para discutir diferentes espacialidades e temporalidades, sejam elas advindas das histórias de vida, dos processos de criação em arte ou das reflexões provenientes dos estudos que dedicam à obra Ser e Tempo, de Martin Heidegger.

Podemos ver na figura 1 essas muitas materialidades e temporalidades expressas. Podemos fazer ainda uma observação acerca da presença do artista, do pesquisador e do educador, que ali estão simbolicamente representados e apresentados a quem adentra o espaço e se predispõe a ver, pois muitas vezes só vemos aquilo que queremos ver. As imagens da arte emolduradas e fixadas às paredes parecem mais do que adornos para o espaço, assemelham-se a guardiãs do templo/santuário desses diferentes tempos que aquele lugar habita. Ela, a arte, me parece mais do que a exposição de um produto acabado e fechado, pois ali testemunham e tentam resguardar o sagrado dessas outras tantas materialidades, que está por vir-a-ser. Esse vir-a-ser que está nas ferramentas, enquanto extensão das mãos do artista/professor, está também nos potes, nas gavetas e no tecido que recobre parte de uma estrutura (e que talvez recobre ainda o grande mistério), esperando pelas mãos/intenções do artista, mediados pelo educador rumo ao templo das guardiãs.

Figura 1 Imagem fotográfica do atelier de gravura enviada pelo artista Claudio Garcia, em 2018. Fonte: Danillo Villa 

Ainda que seja conhecido muito mais pelo seu trabalho de gravador (exímio gravador que é), ele não se prende a uma só técnica/procedimento, lança mão de diferentes modos/jeitos/maneiras/invenções técnicas. Acredito que ele seja um inventador de técnicas. Nos últimos tempos, todos os procedimentos trabalhados acabam se consolidando na constituição dos Livros de Horas. As provas de estado das gravuras, as possíveis interferências sobre as mesmas, as colagens, pinturas, desenhos e a escrita se juntam em seus livros. No entanto, sua produção tem vida própria, independente se as construções vão ou não para os Livros, elas têm potência e força enquanto imagem, por meio dos procedimentos com os quais ele lança mão. É interessante observar o quanto os Livros de Horas passaram a ser o lugar onde estes procedimentos se juntam, vão se amalgamando como um grande, sagrado e íntimo palimpsesto. Desse modo, o proposito deste artigo é apresentar e refletir sobre essa construção/dimensão temporal que o artista vem elaborando ao longo dos anos por meio desse amalgamar/sedimentar o tempo e a vida através das suas imagens.

Desenvolvimento: o artista e seus Livros de Horas

“Gabinete real de leitura”, título que nomeia este artigo, intitula também a dissertação de mestrado de Claudio Luiz Garcia e ao mesmo tempo sua produção acerca dos Livros de Horas, pois ele dá continuidade na sua tese de doutoramento, intitulada Livros de horas: experiências de criação, pesquisa e ensino em artes, e no que vem fazendo hoje (2020). Com o título, ele empresta e faz referência ao “Real Gabinete Português de Leitura”, situado na Rua Luís de Camões, na cidade do Rio de Janeiro/Brasil. Segundo Garcia (2006), o Livro de Horas tem sua origem na idade média e são encadernações artesanais, geralmente em folhas de pergaminho. Esses livros tratavam das orações, em louvor à Virgem Maria, relativas às horas canônicas da Igreja Católica.

Claudio Garcia vem construindo esses livros desde 2001, quer dizer, está há quase duas décadas ininterruptas produzindo acerca do tempo e da arte. Seus livros são construídos por múltiplas imagens/linguagens: pinturas, desenhos, gravuras, colagens e escritas. Sem deixar prevalecer uma única linguagem, Garcia vai uma espécie de “palimpsesto”, imagens e escritas que se amalgamam deixando registrado camadas do próprio tempo nesses livros. Em seu memorial ele nos diz sobre o quanto suas viagens estão na origem do seu processo de criação.

Este memorial é um relato dos fatos concernentes a um percurso de criação artística desenvolvido por mim e, também, por pessoas e fatos que influenciaram de maneira diversa o meu trabalho. Vou descrevê-lo a partir das viagens [...] Considero estas viagens como origem do processo de criação, pois nelas encontrei a essência de minhas questões enquanto artista visual. Ambas, origem e essência de minha poética, foram formadas enquanto artista viajante [...]. (Garcia, 2006:13)

Mas também nos alerta de que seus livros são uma espécie de lugar onde as horas/tempo são condensadas em forma de arte. O artista, ao discorrer sobre os seus Livros de Horas, nos diz:

Digoque nãosãonecessidades, nem angústiadoautor, nãosãolivros-objetos, nem livro de artista, não são diários, nem registros do cotidiano. São livros que simplesmente acatam as horas e as detêm. São os livros do tempo e das verdades de uma pesquisa. A poesia, visual e verbal, está nos Livros de Hora, enquanto justaposições de linguagens, as quais formam a tessitura de cada página. Em alguns deles escrevi as que denominei de “orações de amor”. Orações, não no sentido de súplica ou pedido dirigido a Deus, mas como frases simples que contêm verbos. São testamentos que sugerem a anuência do invisível “ (Garcia, 2006:16)

Suas experiências estão sedimentadas nas imagens/escritas (Figura 2), que produz e com elas vai construindo seus livros/marcadores de experiências, uma espécie de escrita de vida. Sobre isso, o artista nos diz:

Antes de iniciar a produção dos Livros de Horas, comecei a transcrever poemas sobre as minhas gravuras e aquarelas, de modo que criei, desde então, uma dualidade explícita em meu trabalho, passei a pensar na relação direta entre a caligrafia, a sintaxe dos textos transcritos e as imagens concretizadas pelos desenhos, gravuras em metal e aquarelas. (Garcia, 2006:10)

Figura 2 Livro de Horas, Fonte: Claudio Garcia 

Essa dualidade explicitada nos faz refletir, a princípio, sobre a existência de múltiplas maneiras de adentrar seu trabalho: ora nos detendo na palavra/imagem, outras na imagem/texto. Aos poucos, entretanto, vamos vendo que existe algo amalgamado, sedimentando, onde cada procedimento, ainda que feito de maneira minuciosa, não foi feito para existir isoladamente, mas sim para agregar, juntar, justapor, sobrepor, e é daí que surgem as camadas de tempo, onde uma camada deixa entrever a outra. O artista nos fala dessa dimensão da construção das camadas, e ela pode ser compreendida a partir da sua própria voz:

[...] Uma sequência de sobreposição e justaposição de camadas que compreendem textos manuscritos e colagens sobre as provas de estado de gravuras em metal que se aglutinaram como representação do passar do tempo das investigações. Esta matéria recamada é visível e tangível nos livros, de modo que a última intervenção não esconde completamente as anteriores. (Garcia, 2010: 3)

Podemos perceber pela fala do próprio artista e pelas páginas de um de seus livros (Figura 3) o quanto é latente essa construção das camadas, onde uma vai sobrepondo a outra, sem esconder aquilo que veio antes. Claudio cria e nos mostra como essa construção é interdepende e como nesses diferentes tempos pelos quais as coisas se formam e se constituem, existem relações, heranças, memória. Seu trabalho fala de uma memória longínqua. Não tem como deixar de associar esse procedimento do artista com a sedimentação do tempo às camadas geológicas da terra, do pouco conhecido universo, daquilo que está mais profundo e, apesar dessa distância física, ainda transparece algo, seja em forma de veladura, de detalhe. Os diferentes tempos são entrevistos nas páginas dos seus livros e, ao fazer isso, ele nos reporta à ancestralidade da vida e às camadas pelas quais tudo foi se construindo, camada a camada.

Figura 3 Página do Livro de Horas (2010) Fonte: Claudio Garcia 

Ao colar, sobrepor, justapor imagens, Claudio nos pede outro tempo para ver o que a arte nos possibilita experienciar. O artista procura retardar o tempo atual, que é rápido, veloz, fugaz, fragmentado, passageiro, ordinário e tenta nos fazer buscar/entrar em outra temporalidade, outro ritmo, algo muito mais na esfera do silencioso. Claudio nos pede silêncio, desaceleração, contemplação. Num tempo de tanta rapidez e de olhares que em nada fixam, por pouco se dispersam, o artista nos convida a parar. Algumas páginas de seus Livros de Horas nos reportam diretamente à origem dos mesmos, o espaço da oração, da meditação, da prece. Claudio, em seus Livros de Horas, cria orações para que oremos e nos salvemos da morte e do caos, para que nos salvemos de nós mesmos e nos reencontremos de outros modos. O artista e a arte nos dão a chance de reencontrar nesse plano terreno nossa dimensão espiritual. Ao sentar diante da sua estante do “Gabinete Real de Leitura” e nos predispor a ler/orar, Cláudio tenta nos salvar. Como nos diz Kátia Caton, considerando a obra de Bill Viola: “Na lentidão das pausas, nos ralentamentos, Bill Viola nos proporciona encontros, descobertas. Ele prolonga a duração dos acontecimentos com o objetivo de nos oferecer um tempo pleno de densidade, capaz de incitar a reflexão e a contemplação. ” (Caton: 2009, 24)

O fato de o artista sempre voltar às páginas desses livros, seja acrescentando algo, raspando, extraindo ou interferindo, faz desse ato um procedimento artístico de retardar o Tempo. Assim sendo, os livros estão em um permanente estado de escrita, não finalizados, acabados, fechados. O procedimento de nunca dar por terminado esses livros nos faz pensar em algo ligado à dimensão do eterno, não um eterno de um sagrado religioso, mas um sagrado relacionado à vida, à eternidade; talvez aquilo que extrapola, que nos liga à dimensão divinal que existe em cada um de nós humanos.

Esse deixar entrever, (Figura 4) essas diversas camadas nos faz refletir ainda, do quanto essas recamadas nos apontam para um tempo que não é linear, somente cronológico, está muito mais na ordem de Kairós, o tempo de cada “coisa”. Assmann nos diz que “A duração do eu, sua persistência no tempo vivo, não cabe nos relógios, posto que é mecatrônica, ou seja, mais que mera continuidade cronológica. É uma dimensão constituinte que talvez se possa chamar de intencionalidade da vida. É uma temporalidade profunda onde Chrónos e Kairós se entrelaçam” (Assmann, 1999: 229)

Figura 4 Página do Livro de Horas (2010) Fonte: Claudio Garcia 

Ali, nas suas construções sagradas, Claudio faz coexistir muitos tempos e não permite que acreditemos que existe somente o agora, o presente. Como ainda nos lembra Caton

O tempo contemporâneo surge como um elemento que perfura o espaço, substituindo a sensação de objetivação cronológica por uma circularidade plena de instabilidade. Turbulento, esse tempo parece fugaz e raso. Retira as espessuras das experiências que vivemos no mundo, afetando inexoravelmente nossas noções de história, de memória, de pertencimento. O grande perigo desse tempo raso é justamente a falta de espessura, a sensação de atemporalidade e de que, no lugar de um processo de deslocamento, existe apenas o agora. (Caton, 2009: 20)

Claudio nos aponta para muitos tempos, passado/presente e nos oferece a possibilidade de fazer viver/existir um tempo futuro em nós. Ele fala de um tempo ancestral, nos coloca diante da ancestralidade do ser por meio de cada página dos seus livros. Cláudio nos possibilita viver outros momentos e outras dimensões por meio das suas camadas de tempo.

Os fazeres do arquiteto se fazem presentes em seus Livros de Horas de muitos modos. O próprio artista nos diz: “Percebo, hoje, que meu trabalho de artista visual foi decorrente das sobreposições de experiências arquitetônicas” (Garcia, 2006). A sua formação e atuação enquanto arquiteto o fez caminhar por muitas cidades e, dentre elas, a cidade do Rio de Janeiro, catalogando o Patrimônio Histórico das cidades. Essas caminhadas o fizeram encontrar com preciosidades. De acordo com Garcia (2010), ele se deparou com mosteiros, onde monjas viviam voltadas às paisagens interiores, psicológicas e onde, por meio das orações, buscavam salvar o mundo, enquanto ele, o artista/arquiteto, buscava catalogar imóveis de interesse ao patrimônio cultural e apreendia tudo o que despertava interesse por meio do desenho e da gravura. Encontrei, nessa visita, o princípio da formação urbana daquele sítio e, também, o que considero o meu momento definitivo de passagem da arquitetura para as artes plásticas (Garcia, 2010: 11).

Entretanto, interessei-me por uma ruína. [...] me entusiasmei em coletar cacos para organizá-los como elementos de futuras análises históricas sobre aquela ruína. Alguns cantos das paredes ainda continham os restos dos revestimentos recamados por papéis acetinados, floreados e por tecidos transparentes. Fui retirando camada por camada como se aquelas paredes fossem um espesso e imenso palimpsesto. (Garcia, 2010: 11).

Interessante o quanto esses saberes vão se juntando e as relações muito próximas entre aquilo que se viu e aquilo que vem a ser em seu processo de criação; essas entrecamadas. Recorro novamente a Kátia Caton quando ela, se referindo ao Tempo e à Memória, evoca o Narrador de Walter Benjamim e nos diz:

Em “O Narrador”, Benjamim esboça a ideia de outra narração, uma narração feita nas ruinas da narrativa, uma transmissão entre os cacos de uma tradição em migalhas, uma renovação da problemática da memória. [...] O narrador seria igualmente a figura de um trapeiro, o catador de sucata, esse personagem das grandes cidades que recolhe os cacos, os restos, os detritos. Movido pela pobreza, mas também pelo desejo de não deixar nada se perder, nada ser esquecido, o narrador sucateiro não tem por alvo recolher grandes feitos: deve apanhar aquilo que é deixado de lado, como algo sem muita significação, que parece não ter nem importância nem sentido, algo com o que a história oficial não sabe o que fazer (Caton,2009: 27,28).

Acredito que seja isso o que Claudio faz com todos os seus achados, desde aqueles que compõe o seu espaço/lugar no atelier de gravura até os livros que ele vem construindo paulatinamente há décadas. Esses diferentes tempos que o artista recolhe e constela sob forma de arte, não os deixando desaparecer nos leva até Tarkovski, “O tempo não pode desaparecer sem deixar vestígios, pois é uma categoria espiritual e subjetiva, e o tempo por nós vivido fixa-se em nossa alma como uma experiência situada no interior do tempo”. (Tarkovskiaei, 1998:66). De maneira incansável, esse artista, construtor de Livros de Horas, constrói o tempo (outro tempo) e esse “outro tempo” que ele oferece a nós em forma de Livro, em forma de arte... Basta que nos predispomos e nos abrirmos ao seu convite e diante dos seus Livros / preces orarmos! (Figura 5, Figura 6 e Figura 7)

Figura 5 Livros de Horas (2010) Fonte: Claudio Garcia. 

Figura 6 Livros de Horas (2010) Fonte: Claudio Garcia. 

Figura 7 Livros de Horas (2010) Fonte: Claudio Garcia. 

Considerações finais

Iniciamos este artigo propostos a adentrar no universo do gabinete real de leitura de Claudio Garcia para ver como um artista pode sedimentar o tempo. Encontramo-nos com um ser intenso, onde parece que o próprio tempo e a memória habitam desde a criação do mundo. Ao perpassar seus espaços de trabalho, seus objetos, suas produções, e chegar naquilo que seria o foco do artigo, os Livros de Horas, fomos nos deparando com um colecionador de pedaços de mundo, um andarilho, um viajante. Dessas andanças, Claudio vem trazendo muitos tempos, muitas histórias e memórias. Ao trabalhar com essas reminiscências quase que ancestrais, essas ruinas por onde andou, o artista nos apresenta um modo muito peculiar de fazer ver aquilo que nós, na atualidade, não damos mais conta de ver e ser: estar presente, aquietado, silencioso perante o mundo para poder compreender e seguir adiante, cada um em sua jornada eterna.

Referências

Assmann, Hugo. (1999) Reencantar a Educação: rumo à sociedade Aprendente. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,. (3ª edição) ISBN: 85-326-2024 8 [ Links ]

Caton, Katia. (2009) Tempo e Memória. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes,. ISBN: 978 - 85 - 7827 - 225-8. [ Links ]

Garcia, Claudio Luiz. (2010). Livros de horas: experiências artísticas, pesquisa e ensino. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Artes, Campinas, SP, Tese (doutorado) [ Links ]

Garcia, Cláudio Luiz. (2006). Gabinete real de Leitura: livros de horas. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Artes, Campinas, SP,. Dissertação (mestrado) [ Links ]

Tarkovski, Andrei. (1998) .Esculpir o Tempo. São Paulo: Martins Fontes, (2ª edição) ISBN: 85-336-0882-9. [ Links ]

Recebido: 03 de Janeiro de 2020; Aceito: 21 de Janeiro de 2020

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