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Revista :Estúdio

versão impressa ISSN 1647-6158

Estúdio vol.12 no.35 Lisboa set. 2021  Epub 30-Set-2021

 

Artigos Originais

Riscar o que interessa: a importância do erro na obra Gonçalo Barreiros

Strike out what matters: the importance of the error in the work of Gonçalo Barreiros

1 Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas Artes, Departamento de Pintura, Largo da Academia Nacional de Belas Artes 4, 1249-058 Lisboa, Portugal.

2 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação, Departamento de Cinema e Artes dos Média, Campo Grande 376, 1749-024 Lisboa, Portugal.


Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar duas obras de Gonçalo Barreiros, explicando de que modo, através da presença do erro e da falha, estas obras nos atraem e repelem, criando uma tensão provocada pela curta distância entre aquilo que compreendemos e aquilo a que não conseguimos aceder.

Palavras-chave: escultura; instalação, Gonçalo Barreiros

Abstract

This article aims to present two works of the artist Gonçalo Barreiros, explaining how, through the presence of error and failure, these works attract and repel us, creating a tension caused by the short distance between what we understand and what we cannot have access.

Keywords: sculpture; installation; Gonçalo Barreiros

1. Introdução

Gonçalo Barreiros (n. 1978, Lisboa) formou-se em Escultura, pelo Curso Avançado do Ar.Co (Lisboa) e realizou o mestrado em Belas Artes, na Slade School of Fine Art (Londres), com bolsa integral da Fundação Calouste Gulbenkian.

Entre as suas exposições individuais podemos destacar: Recomeço do mundo (2018), no Círculo das Artes Plásticas de Coimbra; Declaração Amigável (2017) e Nosey Parker (2014), na Galeria Vera Cortês; ou Vraum (2013), no Chiado 8.

Da sua participação em exposições coletivas, salientamos as mais recentes:WAIT, no Museu Berardo, e Trabalho Capital, na Fundação Oliva, realizadas em 2019.

Este artigo tem por objetivo apresentar, em particular, duas obras do artista que integraram a exposição WAIT, são elas: Sem título (William Tell Overture), de 2008 (Figura 1), e a obra s/ título, de 2016 (Figura 2).

Figura 1 Gonçalo Barreiros, Sem título (William Tell Overture), 2008, Gira-discos, colunas, mecanismo. Fonte: Fotografia de Pedro Tropa e Teresa Santos. 

Figura 2 Gonçalo Barreiros, Sem título, 2016, Ferro pintado, dimensões variáveis (160 x 200 x 0,1 cm). Fonte: fotografia de Bruno Lopes. 

Estas duas obras contribuíram de forma significativa para a construção da exposição WAIT, na medida em que expressam, pelas suas estruturas conceptuais e formais, valores que fundamentam o sentido temático do projeto curatorial. Encontramos nestas duas obras de Gonçalo Barreiros um ambiente de nonsense e absurdo, que nos remete imediatamente para o universo de Samuel Beckett (universo este que serviu de inspiração para a exposição).

Para Bruno Marchand, na sua prática, Gonçalo Barreiros tem “tendência para tomar o espaço expositivo como um palco” (Marchand, 2013:3), no qual as obras convocam o espetador para uma experiência que envolve o absurdo ou a sensação de frustração, causada por uma espera prolongada, em torno da resolução de algo que acaba por nunca se resolver. A exposição apresentou-se como uma experiência que eleva esse tipo de sensações, sob a influência de obras de Samuel Beckett e Bruce Naumam, autores que de forma distinta convocam os dispositivos da perceção que, através da falha, do erro e do absurdo, desconcertam o espetador.

2. Riscar o que interessa

Sem título (William Tell Overture) é uma obra composta por um par de colunas de som, uma prateleira inclinada sobre a qual foi colocado um gira-discos, que toca repetidamente a peça musical William Tell Overture, de Gioachino Rossini.

Durante o século XX, este tema musical, composto como abertura para a ópera William Tell, foi apropriado e adaptado ao contexto popular em variados contextos, mas foi através do genérico da série The Lone Ranger (nos anos 40 e 50) que passou a ser popularmente conhecido e a integrar o inconsciente coletivo de uma geração.

A propósito da exposição Quero eu fazer as coisas… (que teve lugar na Galeria Vera Cortês, em 2008, e na qual Gonçalo Barreiros apresentou pela primeira vez esta obra), Cíntia Gil escreveu:

Trata-se da criação de situações diversas nas quais, pela convivência com a obra no local de exposição, aquele [um corpo, espectador e espectante] experimenta sensações situadas num âmbito amplo entre a decepção e a insuportabilidade. Para tal, este artista tem vindo a trabalhar fundamentalmente em dois domínios complementares - o da criação de peças que existem no espaço de uma manipulação de tempos, e o da criação de peças que se apresentam quase como imagens em si decepcionantes.

Esta obra desperta no espetador sensações contraditórias que vão da atração (pela sua familiaridade), à repulsa, devido à repetição contínua do tema, que torna quase insuportável a sua permanência no espaço expositivo. A inusitada inclinação do gira-discos faz com que a agulha recaia sempre na mesma faixa do vinil (Figura 3), causando essa eterna repetição (um loop mecânico), como num disco riscado.

Em diálogo com Sandra Vieira Jürgens, Gonçalo Barreiros referiu que esta obra pertence a um conjunto de trabalhos que se auto determinam “por um cansaço excessivo”, por “uma repetição ou saturação” (Jürgens, 2008: 78) que potenciam um contínuo questionamento. Entendemos que esse questionar as coisas advêm de um interesse permanente sobre a realidade das coisas do quotidiano, de objetos a situações normalizadas. O olhar do artista não descansa, não aceita a ação da norma em torno dos objetos e das situações. Atua como o olhar interrogativo de uma criança sobre o mundo dos adultos. Mais do que colocar questões, Gonçalo Barreiros arquiteta situações, que operam sobre o espetador de forma desconcertante, criando uma constante interrogação e irresolução. Nada se resolve neste palco, mas estas obras fomentam sobretudo, a experiência do momento do desconforto.

Figura 3 Gonçalo Barreiros, Sem título (William Tell Overture), 2008, pormenor. Fonte: Fotografia de Pedro Tropa e Teresa Santos. 

O que se retém perante esta obra, é o som repetido exaustivamente. Mais do que um incómodo, esta repetição provoca uma dúvida persistente, ou uma inquietação que dura para além deste encontro, permanecendo em eco na memória sonora do espetador.

O som é um elemento crucial em diversas obras de Barreiros, João Silvério chega a considerar o som como “parte da matéria escultórica” utilizada pelo artista “através de sistemas diferidos, em que a sua localização ou função, nos confrontam com uma presença improvável e por isso muitas vezes incómoda, que nos excita a curiosidade” (Silvério, 2014:7).

A dúvida e a curiosidade geram conhecimento e evolução, mas no processo de desenvolvimento, também o erro é fundamental.

Na construção do seu trabalho, Gonçalo Barreiros não tem um plano prévio definido, age “por tentativa e erro” (Jürgens, 2008: 80) e o resultado final é sempre um lugar inesperado.

Há, no seu processo de fazer, nesse caminho para um lugar não completamente definido à partida, uma tendência para não contornar o obstáculo, mas sim, pelo contrário, tirar partido dele. Uma casca de banana (e este exemplo não é meramente casual), poderá potenciar, através do abrupto deslize, uma ação seguinte, mais ou menos trágica, mais ou menos anedótica...

O suspense, ou a tensão que Gonçalo Barreiros cria nas suas obras parece resultar de uma impossibilidade de esclarecer exatamente aquilo que cada objeto representa.

De um ponto de vista formal, esta obra/instalação apresenta-se tal e qual o seu mecanismo - a obra reflete sobre o seu mecanismo interno. Ela revela-se tal qual é, despida de qualquer ornamento. Todos os elementos presentes são essenciais para a sua apresentação. Ao assumir o dispositivo por completo enquanto obra, o artista revela que todos os elementos pertencem a uma espécie de estratégia falhada.

Pela forma como está instalada, Sem título (William Tell Overture) remete para uma narrativa, para um qualquer momento anterior, quando o disco tocava livre e melodicamente a peça de Rossini e esta podia ser reproduzida na sua sequência original.

Bruno Marchand fala de uma “ideia de falência discursiva” (Marchand, 2013:10) a propósito de um outro conjunto de obras, apresentadas em 2013, na exposição Vraum (no Chiado 8 Arte Contemporânea). A noção de estratégia falhada parece estar de acordo com essa ideia de falência, pois algumas obras de Gonçalo Barreiros apresentam-se como se não fosse possível falar sobre aquilo que são, mas como se falassem por aproximação, ou simplesmente salientassem uma ideia de ineficácia, inoperância, inutilidade, no limite, de vazio.

Sem título (William Tell Overture) oferece-nos, entre outras memórias e sensações, a frustração que se sente perante um disco riscado, porém, não sendo essa a causa da repetição, o nosso interesse foca-se no momento em loop, em que a agulha volta para o lugar certo, para depois voltar a “falhar”.

3. Tirar partido do erro

Sometimes, however, we become fully aware and realize that error as well as truth can move and spur us on to action. Now because action is always a decisive factor, something really good can result from an active error, because the effect of all that has been done reaches out into infinity (Goethe, 1998:51).

Riscada parece estar também a parede, na obra sem título (de 2016) (Figura 2), na qual o artista nos mostra uma espécie de rasura, inviabilizando a leitura de um possível texto, cujo conteúdo desconhecemos.

Não nos é permitido perceber se este hipotético texto possuiria uma informação importante ou se, pelo contrário, seria totalmente insignificante.

Esta obra causa-nos ainda mais espanto quando nos confrontamos com a sua materialidade. Embora pareça, à partida, uma inscrição bidimensional, feita a spray, olhando atentamente, percebemos que se trata uma escultura em ferro, pintado de preto, que se destaca da parede em alto-relevo de reduzida espessura (Figura 4). Esse dado altera a sua interpretação, este deixa de parecer algo efémero, passando a existir perpetuamente, mantendo-se irremediavelmente indecifrável.

Figura 4 Gonçalo Barreiros, Sem título, 2016, pormenor de fotografia. Fonte: fotografia de Bruno Lopes. 

Esta condição de ilegibilidade da escrita a spray, lembra o tag e a sua especificidade dentro do universo grafitti, como uma espécie de exercício para ganhar prática, que, de tanto se repetir, deixa de ser meramente assinatura e passa a ser desenho. Deixa de ser discurso, para se tornar outra coisa.

Mas é difícil olhar para este desenho-escultura sem o associar a linhas de texto, com autor (ou remetente), com uma mensagem e com um receptor (ou destinatário). Contudo, são simplesmente linhas de desenho, convertidas em escultura, transformadas em algo táctil.

Se o anterior trabalho convocava o sentido da audição, este convida a experimentar o tacto. Segundo João Silvério:

(...) o trabalho de Gonçalo Barreiros é pautado por uma disciplina austera que se concentra nas condições e relações que a sua obra pode criar na exposição enquanto dispositivo perceptivo que vai accionar todos os sentidos humanos. Seja através de um desenho, do som, de um ruído, de uma palavra, de um zumbido ou de uma estridência metálica; mas, também, da instabilidade do equilíbrio, da diferença de escalas e proporções, ou da ausência da cor e, paradoxalmente, da sua presença multifilar, entrecortada em planos e linhas dispersos como se uma anamorfose se apoderasse do espaço (Silvério, 2018:2).

O prazer do jogo da anamorfose não se obtém através da observação da forma distorcida, mas na procura do melhor ponto de vista para, finalmente, apreciar a imagem corretamente. A chave para resolver a insatisfação perante algo que nos frustra, por não ir ao encontro do nosso desejo enquanto espectadores, parece ser o desvio para a inspeção mais detalhada, o olhar mais atento, a ação de procura de uma solução. E é nesse jogo, que convida o observador a uma resposta criativa perante a suposta “falha”, ou “ineficácia”, que se encontra a fruição da obra.

Figura 5 Gonçalo Barreiros, Sem título, 2012, Ferro pintado, dimensões variáveis (160 x 200 x 0,1 cm). Fonte: https://www.goncalobarreiros.com/Vraum 

No seu trabalho, Gonçalo Barreiros anula diversas vezes o discurso, como acontece em Sem título, de 2012 (Figura 5).

Contudo, isso não significa que não tenha interesse pela palavra; aliás, a Literatura, ou a Banda Desenhada são domínios pelos quais o artista se interessa bastante (a par do cinema de animação, sobretudo de Norman McLaren, da Música e tantas outras vertentes artísticas onde vai buscar as suas referências).

Retirados da Banda Desenhada, estes balões vazios de discurso são colocados como se estivessem num palco, onde a peça teatral é reduzida a uma essência sem linguagem, fazendo lembrar a peça Quad (Play) (1981), na qual Beckett reduz a dramaturgia teatral, os atores e o palco a uma ação mecânica, sem discurso ou narrativa.

Há então um interesse pela palavra, no entanto ela é omitida através de uma enorme redução de meios, restando apenas uma sugestão de discurso e a prevalência da matéria escultórica.

E o erro? Parece haver sempre alguma coisa fora do lugar, na obra de Gonçalo Barreiros, algo duchampiano, qualquer coisa de insólito, que provoca a dúvida no espectador.

Propusemos, desde o início deste artigo, explicar de que modo, através da presença do erro e da falha, as obras de Gonçalo Barreiros nos atraem e repelem, criando um ambiente de tensão. Sugerimos desde logo que essa tensão seria provocada pela curta distância entre aquilo que compreendemos e aquilo que não conseguimos alcançar, que nos exaspera ou causa frustração.

Darmos pela presença de algo que aparenta não estar certo e tomarmos consciência de tal estranheza, parece ser um fim em cada uma destas obras.

Conclusão

A obra de Gonçalo Barreiros é essencialmente construída em torno da escultura, onde o gesto performático está presente revelando uma intenção com fugazes sugestões de movimento (naturalmente expressos no pensamento e na prática do desenho) a partir de materiais e referências comuns existentes no quotidiano.

O artista retira tanto objetos como discursos do seu contexto, seja de uma publicação, de um livro de Banda Desenhada, ou de um qualquer recanto do seu atelier. Na sua obra, o discurso ou a comunicação escrita desaparecem, ficando apenas o propósito de tornar aquilo que seleciona para ser apresentado, numa espécie de monumento, que acaba por ser um anti-monumento, uma vez que, habitualmente, não é apresentado no lugar da escultura tradicional.

O seu método de trabalho é reparar nas coisas (objetos, ideias, imagens, acontecimentos) e ir absorvendo essas mesmas coisas, como se fosse um filtro, até atingir um máximo de intensidade, até ser saturado por elas. E é a partir desse seu fascínio pela simplicidade ou imprevisibilidade das coisas e pela capacidade que têm de evocar outras (novas cadeias de raciocínios, imagens, situações) que o artista vai produzindo novos objetos.

Agradecimentos

Teresa Palma Rodrigues agradece ao Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes (CIEBA) o apoio para este trabalho de investigação.

Orlando Franco agradece ao Centro de investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT) o apoio para este trabalho de investigação.

REFERÊNCIAS

Goethe, Johann Wolfgang von (1998) Maxims and Reflections. London: Penguin Books. ISBN 978-0-14-193918-6 [ Links ]

Beckett, Samuel (1981) Quad I+II. 1981. [Peça para televisão] Directed by S. Beckett. Stuttgart: Süddeutscher Rundfunk. [ Links ]

Jürgens, Sandra Vieira (2008) “Gonçalo Barreiros: Experiência alienante.” Arqa, (#63): 78-83. [ Links ]

Marchand, Bruno (2013) Vraum. Lisboa: Chiado 8 Arte Contemporânea, Fidelidade. [ Links ]

Silvério, João (2014) “Quando somos postos ao largo”. In Silvério, João; Barreiros, Gonçalo (2014) Tardoz: Gonçalo Barreiros. Lisboa: Vera Cortês Art Agency: 2-51. [ Links ]

Silvério, João (2018) Gonçalo Barreiros: Recomeço do mundo. [PDF] Coimbra: Círculo de Artes Plásticas de Coimbra / Galeria Vera Cortês. [Consult. 13-02-2021]. Disponível em URL: https://www.veracortes.com/dropbox/TextPanel/5673e893c7cf891d4cbe58e2/HTMLfiles/Goncalo-Barreiros-Recomeco-do-mundo-1.pdfLinks ]

Recebido: 28 de Fevereiro de 2021; Aceito: 01 de Março de 2021

1 Teresa Palma Rodrigues é artista visual e professora na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Doutorada em Pintura pela Universidade de Lisboa, membro colaborador do Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes (CIEBA). As suas principais linhas de investigação são a Pintura, a Fotografia e os diálogos entre as Artes Visuais e outras disciplinas, nomeadamente a História ou a Geografia. Email: teresa.palma@campus.ul.pt / p5621@ulusofona.pt Morada: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT); Escola de Comunicação, Arquitectura, Artes e Tecnologias da Informação (ECAATI); Departamento de Cinema e Artes dos Media (DCAM), Campo Grande 376, 1749-024 Lisboa, Portugal. Faculdade de Belas Artes, Departamento de Pintura, Largo da Academia Nacional de Belas Artes 4, 1249-058 Lisboa, Portugal.

2 Orlando Franco é artista visual, curador independente e professor na Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Doutorando em Arte dos Media pela ECATI-ULHT, investigador do Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT), Universidade Lusófona. No seu trabalho explora os meios da video instalação, imagem (fixa e com movimento) e desenho. As suas pesquisas procuram ampliar e amplificar noções e conceitos como: tensão e suspensão, peso e leveza, conquista e frustração. As suas procuras incidem com frequência na noção física de corpo/ máquina, que pode ser animal, mecânico, industrial ou objectual. Email: orlando.franco@ulusofona.pt Morada: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT); Escola de Comunicação, Arquitectura, Artes e Tecnologias da Informação (ECAATI); Departamento de Cinema e Artes dos Media (DCAM), Campo Grande 376, 1749-024 Lisboa, Portugal.

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