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GOT, Revista de Geografia e Ordenamento do Território

versão On-line ISSN 2182-1267

GOT  no.22 Porto dez. 2021  Epub 30-Dez-2021

 

Editorial

Editorial

Editorial

TEDIM, Fantina1 

1CEGOT | Departamento de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade do Porto Via Panorâmica s/n, 4150-564 Porto, Portugal


O número 22 da GOT reflete a mudança no modelo de publicação da revista que adotou um sistema de publicação contínua, devido às vantagens que dai advêm para os autores e os leitores. A principal finalidade é acelerar o processo de comunicação das investigações, pois os artigos são publicados online imediatamente após serem aprovados. Contribui assim para uma mais rápida comunicação da investigação realizada e avanço no estado-da-arte e, consequentemente, aumenta o impacto da GOT na comunidade científica e na sociedade em geral.

Decorrente desta alteração, a organização editorial foi reestruturada. O Conselho Científico cessou funções e a Comissão Editorial foi adaptada às novas exigências do modelo de publicação da GOT. Manifesto o mais profundo agradecimento a todos os membros destes órgãos que cessaram funções e à anterior Editora, Professora Doutora Paula Santana, pelo trabalho realizado.

Agradeço à Comissão Organizadora do PLURIS 2021 - 9º Congresso Luso-Brasileiro para o Planejamento Urbano, Regional, Integrado e Sustentável - Pequenas cidades, grandes desafios, múltiplas oportunidades, a distinção atribuída à GOT para publicar os melhores trabalhos apresentados. A publicação dos artigos 9 e 10 resulta dessa colaboração.

Os dez textos que compõem este número são provenientes de investigadores de várias universidades brasileiras e, apenas um deles resulta da colaboração com a Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

As temáticas e problemáticas dos dez artigos publicados no nº 22 da GOT são muito diversas, e referem-se a estudos de caso em diversos Estados brasileiros.

Em 1, Vale e Perez-Alberti demonstraram a perda de resiliência da vegetação e identificaram processos de desertificação associados à atividade erosiva em áreas de sobrepastoreiro, na Região de Planejamento e Gestão das Águas dos Rios Macururé e Curaçá.

A problemática das estruturas de produção energética é abordada em dois artigos, mas com perspetivas distintas. Silva et al. 5 focaram-se nos problemas socioambientais decorrentes da expansão dos parques eólicos. Os autores concluíram que o impacto destes empreendimentos na economia local é inexpressivo, mas foram identificados conflitos relacionados com a posse da terra que geram desconfiança das comunidades locais em relação aos parques eólicos na região analisada. Já Birro et al. 7 analisaram a influência direta da Central hidroelétrica de Espora (Estado de Goiás) na fragilidade ambiental, concluindo que esta é afetada pelas alterações no uso do solo, principalmente nas áreas agrícolas.

A gestão eficiente de infraestruturas aeroportuárias é o objetivo da investigação de Lissa et al. 2. Como os aeroportos regionais apresentam, frequentemente, custos superiores às receitas diretas, os autores advogaram a necessidade de avaliar novos modelos de delegação e parcerias, aproveitando além dos efeitos diretos, o crescimento potencial da região. Uma metodologia de identificação de oportunidades foi proposta.

Uma abordagem sistémica e integrada da mobilidade interurbana no Brasil com o objetivo de suprir necessidades não quotidianas é o tema da investigação realizada por Silva e al. 3 que demonstraram a existência de acessibilidade e padrões distintos para diferentes localidades brasileiras. Os resultados deste trabalho comprovaram que o transporte interurbano por automóvel é predominante, principalmente pela limitação de oferta de serviços e infraestruturas de outros meios de transporte.

Pinho et al. 4 realizaram uma análise comparativa da morfologia de ocupação humana tradicional com a que se tem desenvolvido pós-1960, ligada à implantação de rodovias. Esta forma de ocupação mais recente acelera mudanças no modo de vida dos habitantes.

Os restantes quatro artigos estão relacionados com o planeamento urbano e a localização de equipamentos, na perspetiva da sustentabilidade. Parfitt e Mattos 6 consideram que o sistema de planeamento existente não estabelece modelos de investigação dos conflitos associados à produção do espaço urbano pelo que apresentam uma estrutura teórico-metodológica de avaliação de desempenho do espaço produzido em Áreas Urbanas de Preservação Ambiental. A análise do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Pelotas, na produção do espaço em áreas de Preservação Ambiental, demonstrou o interesse da estrutura proposta para monitorização do desenvolvimento em áreas de preservação das cidades.

Verran e Strohaecker8, através do uso de ferramentas de Geoprocessamento, propuseram uma metodologia de identificação de áreas carentes de equipamentos de ensino infantil no município de Porto Alegre. Identificaram duas áreas prioritárias para a instalação de creches e duas áreas para a instalação de pré-escolas. Os autores concluíram que o uso dessa metodologia possibilita a comparação das diferentes realidades da oferta e procura de ensino infantil entre os municípios brasileiros.

Toralles e Silva 9 avaliaram a relação entre a área urbanizada e as áreas verdes na Cidade de Rio Grande, concluindo que os resultados obtidos estão abaixo dos recomendados internacionalmente. Os autores esperam que a investigação realizada possa ter impacto positivo no planeamento de novas áreas verdes com o objetivo de melhorem a qualidade de vida na cidade.

A investigação de Mendes et al. 10 avaliou o contributo da legislação urbanística na construção de territórios sustentáveis nos municípios paulistas de São Carlos, Ribeirão Preto e Campinas. Os autores procuraram compreender se as diferentes escalas territoriais e populacionais desses municípios, influenciavam a execução de políticas de sustentabilidade. Nos municípios avaliados, apesar de existir legislação urbanística de incentivo à sustentabilidade, há muito a avançar, neste sentido.

Finalmente, gostaria de endereçar o meu devido agradecimento aos atuais membros da Comissão Editorial e aos revisores deste número da GOT, que contribuíram para a seleção dos melhores textos.

Como nota final, convido os autores que habitualmente publicam na GOT e os leitores, a participarem no 4º Encontro Internacional do CEGOT, subordinado à temática A Geografia na Construção de Territórios Sustentáveis, que se realizará no Porto, entre 25 e 28 de outubro de 2022. A participação neste evento (https://eicegot.wixsite.com/4encontro) pode ser presencial ou em formato online. Espero dar-vos as boas vindas no Porto, no próximo ano.

Endereço para correspondência: fantinatedim.cegot@gmail.com

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