1. Introdução
Este trabalho tem o objetivo de analisar as marcas de oralidade na escrita em textos literários, especificamente nos diálogos construídos presentes em crônicas de Luís Fernando Veríssimo. No presente estudo, pode-se observar que narra- dores e personagens tomam o lugar de falantes reais, reproduzindo natural ou intencionalmente, a realidade linguística.
O corpus analisado é constituído de crônicas extraídas dos livros “O Nariz & outras crônicas” publicado em 1998 pela editora Ática; “Comédias da vida pri- vada: 101 crônicas escolhidas”, editora L&PM: Porto Alegre (1994) e “Comédias para se ler na escola”, Rio de Janeiro: Objetiva (2001). Os textos que compõem a antologia de “O Nariz & outras crônicas” foram extraídos de outras obras como consta nas referências. São 30 crônicas, distribuídas em 87 páginas. Na página 91 constam as informações sobre as fontes das crônicas, a página 92 contém uma biografia do autor e na página 95 está a lista de obras já publicadas de Luís Fernando Veríssimo. Em “Comédias da vida privada: 101 crônicas escolhidas” a crônica analisada é “Cantada”; em “Comédias para se ler na escola”, “Siglas” foi a escolhida da obra. A base teórica a que se fundamenta o trabalho é a da análise da relação língua falada e língua escrita, segundo estudos feitos por Marcuschi, Oesterreicher, Luiz Antônio, Dino Preti e Hudinilson Urbano.
2. Base Teórica
Com base no que defendem os autores Luiz Antônio (2009), Dino Preti (2004) e Hudinilson Urbano (2000), deve-se valorizar os estudos da oralidade na escrita com o intuito de analisar a presença daquela nos textos literários como suporte à efetiva realização desta, em especial, na necessidade de suprir a falta de docu- mentação gravada. Portanto, partindo-se de uma relação não mais dicotômica entre fala e escrita (Marcuschi, 2001), pretende-se mostrar em consonância aos autores, as semelhanças e particularidades das línguas falada e escrita. Hudinil- son Urbano (1982, p. 111), ao discorrer sobre o tema, cita um trecho de Akin- naso: “Elas são estruturalmente diferentes porque diferem quanto ao modo de aquisição; método de produção, transmissão e recepção e nas formas em que os elementos de estrutura são organizados.” E: “A fala é normalmente adquirida naturalmente sem instruções formais (em família, parques, ruas, etc.) enquanto a escrita tem de ser conscientemente apreendida, geralmente na escola.” E ainda Carvalho (1970, p. 309) “Escrever é também falar e o ‘ato em que se escreve é também um ato de fala, embora quase sempre silencioso’, o que há são textos fixados por escrito ou não.”
A perspectiva teórica em que se sustenta este trabalho faz um estudo da rela- ção língua falada e língua escrita, uma vez que o objetivo primeiro é observar a presença de uma modalidade na outra em análises a textos literários de Luís Fernando Veríssimo no gênero crônica. Conforme os autores que embasam o trabalho, destacamos que, como a escrita literária é a representação da realidade, subtende-se a presença certa de traços da oralidade nestes textos escritos, já que o autor leva ao leitor a ilusão de uma realidade.
Do ponto de vista dessa relação língua falada e língua escrita, a língua falada traz características próprias, tais quais: não planejamento, caráter emergente, cria- ção em execução única; enquanto a língua escrita apresenta-se como planejada, com ausência física do interlocutor e a substituição do canal sonoro pelo visual, dentre outras. No que concerne à interação, Marcuschi (1985, p. 21) defende que na fala ela se dá de forma concreta; na escrita, de forma abstrata. Há ainda na fala o envolvimento (eu acho, eu penso, hesitações, repetições), enquanto na escrita há um distanciamento deste, não há marcas explícitas dele devido a um distancia- mento pessoal do escritor. O tempo em que o autor escreve difere do tempo em que o leitor se depara com o texto e esse detalhe faz toda a diferença.
Tendo como objetivo principal analisar a presença da oralidade na escrita em crônicas de Luís Fernando Veríssimo, deve-se reportar a algumas de mui- tas características, ressaltando então as que dizem respeito ao foco de estudo. Em face disso, pode-se dizer que a língua falada, pensada em uma conversa- ção espontânea, apresenta-se na superficialidade do texto, fonética, morfossintá- tica, sintática e lexicalmente bem diferenciada em relação à escrita, dependendo inclusive, de em que tipo de texto ela estará inserida. Dino Preti (2004) ressalta: “A língua falada tem gramática, sintaxe e vocabulário próprios.”
3. Um pouco de história
Ao longo da história da literatura, os autores, em missão de mostrar, representar a realidade tal qual ela se apresenta, foram e são influenciados pelos traços da oralidade transcrevendo-os em seus textos as variações sociais ou psicológicas de suas personagens por meio da linguagem. Ora, assim sendo, o texto literário fi mais próximo da realidade a tal ponto que o leitor pensa, às vezes, está diante de um acontecimento real e não de uma leitura apenas. Veja-se o que diz Dino Preti (1984a, 1997a, 1997b): “Se pensarmos nos diálogos literários, a reprodução da fala, em muitos escritores, certamente, aproxima-se do uso linguístico de sua época, não só na literatura atual, mas também em outros tempos.”
Levando em consideração a presença da oralidade na escrita, faz-se necessário acompanhar um pouco de história para melhor entendimento da relação e da importância de uma nova relação fala e escrita. Já em 2007, Areta Lara (2007,
p. 317) alerta para que as atenções se voltem ao fato de que: “A oralidade é a forma primeira e natural da linguagem e domina o cotidiano das pessoas, embora boa parte da linguística da segunda metade do século XX dedicou especial aten- ção à escrita e não à linguagem oral.”
No Brasil, a partir do início da década de 80, com as contribuições da Socio- linguística e da Análise da Conversação, esse quadro muda significativamente. Surgem pensamentos sobre a insuficiência de uma distinção rígida entre escrita e fala e sobre a existência de posições intermediárias ou de certa continuidade entre os pontos extremos em que se caracterizam idealmente língua falada e lín- gua escrita. Hilgert em um ensaio sobre a conversação na internet, ressalta que: “Fala e escrita não se referem a tipos de textos dicotomicamente antagônicos, pois identificam gêneros de textos configurados por um conjunto de traços que os leva a serem concebidos como textos falados ou escritos em maior ou menor grau.” (Hilgert, 2009, p. 152)
3.1. Oralidade e escrituralidade
De acordo com Marcuschi (2001), fundamentado nos textos do teórico alemão Wulf Osterreicher, as relações entre fala e escrita são vistas como um continuum. Ele faz a denominação entre o que chama de extremo da oralidade represen- tando o gênero prototípico da fala e extremo da escrituralidade, representado como gênero prototípico da escrita. O autor exemplifica: um discurso acadêmico, embora seja um texto falado do ponto de vista de sua realização fônica é, concep- tualmente, um texto escrito. Já uma carta pessoal para um amigo íntimo, ainda que se realize por escrito, aproxima-se, conceptualmente de um texto falado.
Urbano (2006) defende que um texto pode estar situado no campo da imedia- tez comunicativa ou da distância comunicativa:
Para nós, imediatez se refere à comunicação imediata no tempo e no espaço, ao passo que a distância compreende a comunicação, cuja recepção é independente do momento e do lugar de sua produção. A imediatez representa, pois, uma comunicação imediata, face a face e em tempo real. Por outro lado, podemos interpretar, mais ou menos com Marcuschi, que imediatez de um lado e distância do outro, têm certa equivalência com envolvimento versus distanciamento, conceitos tidos como fatores centrais no esquema de Osterreicher, segundo Marcuschi. (Urbano, 2006, p. 36)
3.1.1. Exemplos da relação imediatez e distância comunicativa
Imediatez comunicativa | Distância comunicativa |
---|---|
Conversação face a face | código jurídico |
Conversa familia | conferência universitária |
Ao fazer considerações sobre a oralidade na escrita, Bustos Tovar (1997, p.8), baseado em Oesterreicher, argumenta que oralidade e escrituralidade não são termos antagônicos, embora apresentem dois extremos de gradação, ou seja, o da escrituralidade pura que seria a emissão, recepção e organização textual correspondente à máxima distância comunicativa e meio gráfico e o da ora- lidade pura com sua imediatez comunicativa e meio gráfico. É, pois, de bom proveito enfatizar que, na conversação face a face, não se marcam as mudanças de turno de forma concreta e linguística, o que se faz é marcá-las com elementos tonais ou gestuais. Nos diálogos construídos, observa-se uma aparente liberdade dos personagens ao se expressarem em suas conversações, porém, isso é o pla- nejamento do escritor para obter um valor comunicativo que vá além do próprio diálogo.
Sustentando o que foi exposto até aqui, observe-se o que Urbano escreve a respeito da relação língua falada prototípica e língua escrita prototípica:
A ‘língua falada prototípica’, a língua falada propriamente dita, seria então uma atividade social verbal de produção de texto. É exercida oralmente, graças a um sistema de sons articuláveis, no termo real, em contextos naturais de produção, incluídos outros elementos de natureza corporal, que preenchem, em teoria, ‘todas as condições linguístico-textual-discursivas’ concebidas para um texto falado. Em outras palavras, possui, do ponto de vista medial, caráter fônico, e do ponto de vista concepcional, as condições de comunicação, que vão permitir as ‘estratégias de formulação’ e imprimir as ‘marcas de verbalização’ ideais de um texto essencialmente falado. (Urbano, 2006, pp. 42-43)
A ‘língua escrita prototípica’, a língua escrita propriamente dita, seria uma atividade social verbal de produção de texto. É executada graficamente, graças, basicamente, a um sistema de letras articuláveis, chamado alfabeto, complemen- tado por sinais de pontuação, de acentuação, numéricos, etc., que preenchem, em teoria, ‘todas as condições linguístico-textual-discursivas’ concebidas para um texto escrito. Em outras palavras, possui, do ponto de vista medial, caráter gráfico e do ponto de vista concepcional, as condições de comunicação, que vão permitir as ‘estratégias de formulação’ e imprimir as ‘marcas de verbalização’ ideais de um texto essencialmente escrito. (Urbano, 2006, p. 42)
4. As marcas de oralidade em diálogos construídos
Com fundamentos de Oesterreicher (1996), Briz Gómez e Serra Alegre (1997), Bustos Tovar (1997), Briz Gómez (1998), Barros (2000), Hilgert (2000), Marcuschi (2001) e Urbano (2000 e 2006), apresentamos as características pró- prias da oralidade que se fazem presentes nos diálogos construídos nos textos de nosso corpus, as crônicas “Na fila” e “Peça infantil”, de Luís Fernando Verís- simo em O Nariz & outras crônicas vol. 14 da série Para gostar de ler, ed. Ática, 7.ª ed., 1998:
4.1. Interação face a face entre interlocutores que partilham de um mínimo de conhecimentos comuns
Os diálogos construídos analisados apresentam esta característica, pois há interação entre os participantes em “Na fila” e “Peça infantil”. Luís Fernando Veríssimo mostra a interação entre os interactantes quando presentes numa fila, pessoas de diferentes níveis culturais mantêm uma conversação sem o monopólio dos papéis conversacionais.
Exemplo 1 Olha o furo! Me diga uma coisa. Quer dizer que o Dom Pedro Segundo era na verdade Dom Pedro Quinto? Em Portugal, seria. Não empurre. Segundo aqui e Quinto em Portugal. “Na fila”, p. 20
4.2. Distribuição de turno não pré-determinada (interrupções e assaltos ao turno - quebra de turno, quebra de tópico)
Os chamados diálogos construídos assemelham-se a conversações face a face e espontâneas. Pode-se observar, por exemplo, a existência de exemplos claros no corpus em análise, saliente-se o objetivo do escritor em representar a reali- dade. No exemplo a seguir, os interlocutores, presentes numa fila, talvez não se conheçam, mas mantêm uma interação, mostram partilhar de mesmos níveis de conhecimento. Quando um locutor diz se tratar de um caixão, o interlocutor o corrige especificando o caixão, ou seja, não é um caixão qualquer.
Exemplo 2 Tanta pressa só pra ver um caixão. Um caixão, não: o caixão de D. Pedro. “Na fila”, p. 19
Aqui, observamos uma quebra de turno e de tópico quando um locutor até então ausente, toma a palavra em meio a fala do locutor em turno e aí a sua fala não dá continuidade ao turno até então em voga.
Exemplo 3 A gente acredita, ora. Já se acredita em tanta coisa que o Go… Com licença, é aqui a inauguração do D. Pedro II? “Na fila”, p. 19
Neste outro exemplo, o locutor fala de uma coisa e o interlocutor entende outra. Há duas possibilidades: ele pode ter mudado o tópico com o intuito de prosseguir o diálogo com um novo tópico ou realmente ele não entendeu a colo- cação do outro.
Exemplo 4 Ouvi dizer que ele não serviu para nada. Como, para nada? E o grito? E a Independência? Não, o viaduto. Ah, não sei. Mas é bonito… “Na fila”, p. 19
Em Peça infantil, observa-se que a criança, desconhecedora das regras de con- versação, é claro, desenvolve uma mudança de tópico com o objetivo de fugir à responsabilidade dada pela professora ou talvez estivesse mesmo com dor de barriga, ainda assim, fez uma quebra de tópico.
Exemplo 5 Você, sim senhor. Você é o sol. Você sabe a fala da Lua? Me deu uma dor de barriga. “Peça infantil”, p. 14
4.3. Presença de pares adjacentes para iniciar, fomentar ou encerrar o tópi- co: co-construção
Quando as pessoas interagem, há um entrosamento entre o que dialogam a ponto de um locutor iniciar seu turno com expressões do tópico do locutor anterior.
Exemplo 6 Aquela festa que fizeram o outro dia, com o Triches, os Golden Boys e a Rosemary, para quem era? Para Tiradentes. “Na fila”, p. 20
Exemplo 7 Como era o nome do conde? Farci D’Amieu. “Cantada”, p. 62
As características próprias da escrituralidade distinguem-se das da oralidade, no exemplo abaixo o escritor tem a necessidade de caracterizar a personagem e o ambiente, o cenário. Não se tratasse de um texto escrito, tais recursos seriam des- necessários, pois a existência de recursos próprios da fala, o substituiriam como os recursos prosódicos.
Exemplo 8 A camponesa gorda resolve tomar a justiça nas mãos e dá um croque num pirata. A classe é unida e avança contra a camponesa, que recua, derrubando uma árvore. “Peça infantil”, p. 14
Exemplo 9 Lavradores daquele lado, árvores atrás. Árvore, tira o dedo do nariz. Onde é que estão as fadinhas? “Peça infantil”, p.14
4.4. Presença de repetições e correções
Como o processo de produção e planejamento são realizados lado a lado no discurso, o locutor comete deslizes, equívocos e, naturalmente, faz a autocorre- ção. O escritor destaca esta característica quando o personagem diz: Agora eu é que estou confuso.
4.4.1. Autocorreção
Exemplo 10 Afinal, o mártir da independência Luso-Brasileira quem é? É D. Pedro II. Aliás, primeiro. Que primeiro, é Tiradentes. Agora eu é que estou confuso “Na fila”, p. 20
4.4.2. Heterocorreção
Quando o locutor corrige o interlocutor e, nesse caso, faz uso ou repetição do que foi por ele falado para em seguida fazer a correção:
Exemplo 11 Com licença, é aqui a inauguração do D. Pedro II? Meu filho, duas coisas. Primeiro: não é segundo, é primeiro. E segundo: a inauguração do viaduto foi ontem. Esta fila é para ver o caixão do D. Pedro. “Na fila”, p. 19
Em “Peça infantil”, o detalhe para a fala da criança que corrige a professora defendendo que o seu nome era aquele pronunciado por ela anteriormente, por- tanto ela deveria estar inclusa no grupo.
Exemplo 12 Atenção, margaridas! Todas ali. Você não. Você é coelhinho. Mas o meu nome é Margarida. Não interessa! Desculpe, a tia não quis gritar com você… “Peça infantil”, p. 11
O interlocutor entende a palavra tchau como uma sigla, já que o assunto era esse, porém seu interlocutor o corrige mostrando ser mesmo o de despedida.
Exemplo 13 TCHAU. Hum, boa. Trabalho e Capital em Harmonia com Amor e União? Não, é tchau mesmo. “Siglas”, p. 137
4.5. Uso de marcadores conversacionais
Eis alguns marcadores conversacionais presentes no corpus:
Exemplo 14 quer dizer no caixão. Está claro? E eu acho… Quero ver o caixão, ué! Essa badalação toda!… “Na fila”, p. 20
Exemplo 15 Ai, meu Deus. Sol, você vai ter que falar pela Lua. Sol, está me ouvindo? “Peça infantil”, p. 12
Exemplo 16 Bom, eu diria que estamos entre a centro-esquerda e a centro-direita. Hum,boa. “Siglas”, p.136
4.6. Titubeio de memória e imprecisão terminológica
A oralidade tem traços de simultaneidade, já que é planejada e produzida, executada concomitantemente. No exemplo, observa-se que o locutor devido à rapidez do discurso oral, titubeia quanto à informação dada, mostrando desconhe- cer a informação exata, precisa.
Exemplo 17 Não teria nada para ver. Só osso. Ele morreu há… Nem sei. Mais de cem anos. “Na fila”, p. 20
Exemplo 18 Quem nos apresentou foi o barão… o barão… como é mesmo o nome dele? “Cantada”, p. 61
4.7. Verbos de comunicação reveladores da imediatez comunicativa
Os verbos abaixo mostram claramente tratar-se de ações executadas no momento da fala, tanto o que expressa a fala da personagem, como também o que representa a fala do narrador:
Exemplo 19 Borboletas, ajudem aqui - pede a professora. “Peça infantil”, p. 12
4.8. Emprego do registro coloquial
A linguagem espontânea, não planejada, informal própria da oralidade parece ir de encontro aos termos do registro coloquial e uma característica presente no exemplo é a chamada frase feita por ser bastante utilizada por certos grupos.
Exemplo 20 Olha a fila! Vamos andar, gente. Pra frente, Brasil! “Na fila”, p. 20
Exemplo 21 Bota aí. Siglas, p. 136
5. Conclusão
Este estudo tem demonstrado, tendo como sustentáculo os referenciais teóri- cos e o próprio corpus em análise, que a presença da oralidade na escrita sempre existiu e permanecerá em nossos textos literários enriquecendo a qualidade dos mesmos por darem maior semelhança da realidade nas representações da vida. Com características semelhantes e particulares de cada uma, pode-se sustentar que ambas - língua falada e língua escrita, andam lado a lado no processo de comunicação nas conversações sejam elas faladas ou escritas. As análises feitas com o corpus provam e reafirmam a certeza de que a presença da oralidade em textos escritos é utilizada pelos escritores com o objetivo de, por se tratar de uma representação da realidade, aproximar o leitor da ilusão de está presente no desenrolar dos fatos, dos diálogos, tamanha a utilização de traços orais presentes nos diálogos construídos.