O desafio lançado pela Revista Internacional em Língua Portuguesa (RILP) para colaborarmos na qualidade de editores científicos deste número temático, ao abrigo dos critérios de avaliação científica e periodicidade, permitiu tão generosa e extensamente intensificar os laços da cooperação académica, evidenciar as redes temáticas de investigação e, de não somenos importância, reforçar o sentimento de pertença à comunidade da lusofonia - em paralelo ou em simultâneo, num processo ambicioso que se constrói, transforma e, sobretudo, imagina, tão consoante as conhecidas forças políticas, económicas e sociais em presença.

Gostaríamos de acentuar a componente da imaginação, essa fonte percursora e inesgotável do desenvolvimento humano e das suas estratégias de sobrevivência num mundo em mudança permanente, em que a perceção das ameaças e riscos nos confrontam com sérios desafios de futuro. As potenciais soluções e alternativas estão ainda por inventar, diríamos, - a tal imaginação que é força criativa, geradora e construtiva - tal como, afinal, a nossa comunidade de pertença, a da lusofonia. Um constante processo inacabado, de revisitação tantas vezes crítica do passado, mas que se pressente também contemporâneo. Por conseguinte, suscetível às influências políticas e politizantes sobre os processos de comunicação em suas estratégias e práticas discursivas.

Dentro do circuito das ideias, dos espaços académicos e científicos da comunidade das universidades de língua portuguesa, o retorno aos dispositivos simbólicos e comunicacionais traz à tona da discussão pública a questão de partida do político que a política procura, num momento de crise e de maior dificuldade, capturar, manobrar, influenciar, constranger. Porquanto, este número temático - Comunicação e Política - assente nas leituras e estratégias que da comunicação, à política, da sociedade à língua, da inovação à inclusão, da educação à inteligência artificial, procura perscrutar outros possíveis vetores de análise sobre as práticas democráticas nos países de língua portuguesa.

Ao longo deste processo editorial e de colaboração científica, destacamos o apoio imprescindível e a experiência consolidada da equipa de coordenação editorial e de trabalho da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), em particular da Professora Doutora Cristina Montalvão Sarmento, na qualidade de Secretária-geral da AULP e diretora da RILP, da Dra. Ariane Paiva e da Dra. Pandora Guimarães. Pela colaboração científica e de revisão agradecemos a todos os estimados colegas docentes, investigadores e especialistas que colaboraram neste processo de revisão e avaliação cega por pares.

Com efeito, juntamos aqui as margens que nos distinguem e nos aproximam - qual duplo movimento de contração e pluralismo, de análise e de reflexão - sobre as leituras e estratégias da comunicação e da política num exercício democrático.