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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Print version ISSN 2182-5173

Rev Port Med Geral Fam vol.37 no.6 Lisboa Dec. 2021  Epub Dec 31, 2021

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i6.12932 

Revisões

O papel do exercício físico no tratamento da enxaqueca: qual a evidência?

The role of exercise in migraine treatment: what is the evidence?

Maria João Coelho1 
http://orcid.org/0000-0003-1341-4897

Daniela Pereira2 

Filipa Paraíso3 

Tiago Costa4 

1. Médica Interna de Medicina Geral e Familiar. USF Freamunde. Freamunde, Portugal.

2. Médica Interna de Medicina Geral e Familiar. USF Salvador Lordelo. Lordelo, Portugal.

3. Médica Interna de Medicina Geral e Familiar. USF Santa Luzia. Freamunde, Portugal.

4. Médico Interno de Medicina Geral e Familiar. USF Hygeia. Vila Cova de Lixa, Portugal.


Resumo

Objetivo:

Determinar a evidência do efeito do exercício aeróbico no controlo das crises de enxaqueca.

Fontes de dados:

PubMed, National Institute of Health and Care Excellence (NICE), The Cochrane Library, British Medical Journal (BMJ), Canadian Medical Association Infobase e Centre for Reviews and Dissemination.

Métodos:

Foram pesquisados artigos de revisão sistemática (RS), meta-análises (MA) e normas de orientação clínica (NOC), em português, inglês e espanhol, sem limite de data de publicação, utilizando os termos MeSH migraine disorders e exercise. Foram também pesquisados estudos originais (EO) publicados nos últimos cinco anos. Incluíram-se os artigos que avaliavam o efeito do exercício aeróbico na frequência, duração e intensidade das crises de enxaqueca. A atribuição do nível de evidência (NE) e força de recomendação (FR) foi realizada com base na escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT), da American Academy of Family Physicians.

Resultados:

Da pesquisa efetuada obtiveram-se 69 artigos, tendo sido selecionados seis que cumpriam os critérios de inclusão: três RS com MA, uma RS e dois EO. Todos os artigos apresentaram NE 2. A maioria dos estudos incluídos favorece a prática de exercício físico como medida profilática das crises de enxaqueca; contudo, apresentam amostras pequenas, curtos períodos de intervenção e de follow-up e intervenções heterogéneas.

Conclusão:

Apesar de se considerar necessária a realização de mais ensaios clínicos para definir concretamente os efeitos a curto e longo prazo do exercício aeróbico na enxaqueca conclui-se que é possível recomendar a sua inclusão na abordagem profilática destes doentes (FR B).

Palavras-chave: Enxaqueca; Exercício físico.

Abstract

Objective:

Determine the evidence of the effect of aerobic exercise on the control of migraine attacks.

Data sources:

PubMed, National Institute of Health and Care Excellence (NICE), The Cochrane Library, British Medical Journal (BMJ), Canadian Medical Association Infobase, and Centre for Reviews and Dissemination.

Methods:

Systematic reviews (SR), meta-analysis (MA), and guidelines were researched in Portuguese, English, and Spanish, using the MeSH terms ‘migraine disorders’ and ‘exercise’, with no publication date limit. Original studies (OS) published in the last five years were also researched. Articles that evaluated the effect of aerobic exercise on the frequency, duration, and intensity of migraine attacks were included. The level of evidence (LE) and strength of recommendation (SR) were assigned based on the American Academy of Family Physicians’ Strength of Recommendation Taxonomy Scale (SORT).

Results:

Sixty-nine articles were obtained with three RS with MA, one SR and two OS met the inclusion criteria. All articles were classified with NE2. Most of the articles support the practice of aerobic exercise as a prophylactic treatment for patients with migraine attacks, however, they have small samples, both short intervention and follow-up periods, and heterogeneous intervention strategies.

Conclusions:

Although more clinical studies are needed to assess the long- and short-term impacts of aerobic exercise on migraines, it is possible to conclude that its use could be recommended as prophylactic treatment for these patients (SR B).

Keywords: Migraine disorders; Exercise.

Introdução

As cefaleias primárias constituem uma das patologias mais prevalentes em todo o mundo. (1)- (2 A enxaqueca corresponde a 69% das cefaleias primárias, tendo uma prevalência estimada de cerca de 15% e é uma das principais causas de incapacidade mundial. (1), (3)-(4 Estudos revelam que a perda de qualidade de vida dos doentes com enxaqueca é tão grave quanto a verificada na depressão e ainda mais severa do que a que ocorre em outras doenças crónicas, como a diabetes e a lombalgia. (5)-(6 A enxaqueca não é apenas um problema de saúde com enorme impacto a nível pessoal, mas também a nível socioeconómico, sendo responsável por um elevado absentismo laboral nos países ocidentais, com custos anuais médios na Europa estimados em 27 biliões de euros. (2), (8)-(9

Do ponto de vista terapêutico, a abordagem da enxaqueca divide-se em tratamento agudo e, nos casos em que o mesmo se justifique, tratamento profilático. Para o tratamento agudo utilizam-se geralmente analgésicos como os anti-inflamatórios não esteroides e triptanos. (9)-(10 O tratamento profilático, por sua vez, está recomendado se existirem mais de três episódios mensais de enxaqueca moderada a grave, se os sintomas persistirem mais de oito dias por mês, apesar de tratamento farmacológico otimizado, e se o doente é refratário ou tem contraindicações para realização de tratamento agudo. (11 A necessidade desse tipo de tratamento poderá estar associada a vários riscos, como o dos efeitos adversos e o da sobredosagem. (12 Neste contexto existem estratégias não farmacológicas complementares ou alternativas de tratamento que têm como objetivo melhorar o controlo da enxaqueca e, consequentemente, a capacidade funcional destes indivíduos, minimizando o risco de efeitos adversos do tratamento profilático farmacológico já referidos. (13 Assim, a prática de exercício aeróbico de intensidade moderada é sugerida como possível tratamento profilático, pois parece desempenhar um papel importante na modulação da dor, com possível efeito analgésico a curto e longo prazo, quer a nível central quer periférico. (11), (14)-(15

Nos últimos anos têm sido publicados vários estudos sobre o efeito do exercício físico na dor crónica. (16 Do mesmo modo, a última versão da Classificação Internacional de Cefaleias (ICHD-III) salienta a necessidade de rever os efeitos do exercício aeróbico na profilaxia da enxaqueca. (11), (17

Esta revisão tem como objetivo determinar a evidência do efeito do exercício aeróbico no controlo das crises de enxaqueca, nomeadamente na sua frequência, duração e intensidade da dor durante as crises.

Métodos

Em 2 de fevereiro de 2020 foi realizada uma pesquisa de normas de orientação clínica (NOC), artigos de revisão sistemática (RS), meta-análises (MA) e estudos originais (EO) em websites de medicina baseada na evidência, nomeadamente PubMed, National Institute of Health and Care Excellence (NICE), The Cochrane Library, British Medical Journal (BMJ), Canadian Medical Association Infobase e Centre for Reviews and Dissemination. Os termos MeSH utilizados foram migraine disorders e exercise. A pesquisa não foi limitada pela data de publicação, à exceção dos EO, dos quais apenas foram avaliados os artigos publicados a partir do ano de 2015, inclusive.

Foram incluídos os artigos de língua portuguesa, inglesa e espanhola realizados na população adulta (≥ 18 anos) com diagnóstico de enxaqueca (população). Os estudos incluídos deveriam ter um grupo submetido à prática de exercício físico aeróbico (intervenção), comparativamente a um grupo placebo/ausência de exercício aeróbico (comparação). O resultado medido (outcome) foi o efeito do exercício físico aeróbico na frequência, duração e intensidade das crises de enxaqueca (Tabela 1). Foram excluídos os artigos duplicados, EO incluídos nas RS e MA utilizadas, artigos que não respondiam ao modelo PICO bem como artigos com tipologias não passíveis de inclusão no presente trabalho (Figuras 1 e 2). A seleção dos trabalhos por título e resumo foi efetuada por dois autores de modo independente. Os artigos selecionados para leitura integral foram lidos por pelo menos dois dos autores para decidir a sua inclusão em caso de dúvida. A avaliação final da qualidade e nível de evidência dos artigos incluídos foi discutida e decidida por consenso entre todos os autores. A atribuição do nível de evidência (NE) e força de recomendação (FR) foi realizada com base na escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT), da American Academy of Family Physicians. (18

TABELA 1 População/Intervenção/Comparativo/Outcome (PICO) da revisão 

Figura 1 Metodologia de seleção de artigos - revisões sistemáticas. 

Figura 2 Metodologia de seleção de artigos - estudos originais. 

Resultados

Através da pesquisa realizada obtiveram-se 69 artigos: 16 RS e 53 EO. Após aplicação da metodologia acima descrita resultaram seis artigos, nomeadamente três RS com MA (Tabela 2), uma RS (Tabela 3) e dois EO (Tabela 4).

TABELA 2 Revisões sistemáticas + meta-análises 

TABELA 3 Revisão sistemática 

TABELA 4 Estudos originais 

Revisões sistemáticas com meta-análises

La Touche e colaboradores19 concluíram que o exercício físico aeróbico pode diminuir a intensidade e a frequência das crises de enxaqueca, ainda que com baixa qualidade de evidência, uma vez que os estudos incluídos apresentaram heterogeneidade nas intervenções e nos tempos de follow-up e ainda, em dois deles, ausência de dupla ocultação [Darabaneanu et al., 2011; Lockett et al., 1992].

Lemmens e colaboradores11 demonstraram que o exercício aeróbico parece diminuir o número de dias das crises bem como a sua intensidade e duração. Estes resultados têm, no entanto, limitações, uma vez que os estudos incluídos eram heterogéneos (por compararem diferentes tipos de exercício), apresentavam follow-up inadequado (com elevadas taxas de abandono) [Darabaneanu et al., 2011 - 50%; Hanssen et al., 2017 - não descrito] e ainda ausência de dupla ocultação.

Luedtke e colaboradores20 concluíram que a prática de exercício aeróbico parece diminuir a frequência das crises, a intensidade da dor e a duração do episódio. Contudo, os estudos incluídos apresentavam amostras pequenas, alguns dos estudos não definiram a duração de cada treino, tendo havido ainda um follow-up inadequado.

Revisões sistemáticas

Gil-Martínez e colaboradores7 concluíram que, apesar de existir evidência limitada de que o exercício físico aeróbico tem efeitos benéficos na enxaqueca, este deve integrar a abordagem biopsicossocial do doente com esta patologia. Este estudo apresenta, porém, uma amostra reduzida, não especifica pormenorizadamente os critérios de seleção dos participantes, quem definiu o programa de exercício nem a percentagem de follow-up, apresentando, assim, fraca qualidade metodológica.

Estudos originais

Oliveira e colaboradores21 demonstraram que o exercício aeróbico reduziu a frequência das crises de enxaqueca no grupo de intervenção, com significância estatística. Este estudo apresentou um curto tempo de seguimento, não tendo sido possível verificar quais os resultados a longo prazo do exercício físico na prevenção da enxaqueca. Apesar de este estudo apresentar uma amostra de conveniência e um número de indivíduos com follow-up completo inferior a 80%, com uma adesão ao programa de exercícios no grupo de intervenção de 67%, revelou qualidade metodológica pelo facto de ser um ensaio aleatorizado, do diagnóstico de enxaqueca ter sido confirmado por um neurologista e da prática de exercício físico ter sido supervisionada por profissionais.

Bond e colaboradores22 descreveram que, contrariamente à hipótese inicial do estudo, não se verificou agravamento das características de enxaqueca quando ocorreu redução da prática de exercício físico. Concluíram, assim, não ter sido encontrada associação entre o tipo e duração do exercício físico praticado e as características da crise de enxaqueca. Contudo, descrevem que os resultados não poderão ser generalizados dadas as limitações da amostra, constituída essencialmente por indivíduos do género feminino, raça branca, com obesidade e que pretendiam perder peso. Defendem, assim, que existe a possibilidade da hipótese inicial se poder verificar, sendo necessário para isso a realização de novos estudos que avaliem a relação entre o exercício e as características da enxaqueca.

Conclusão

A maioria dos estudos selecionados demonstra que existe evidência, ainda que limitada, de efeito benéfico do exercício aeróbico no controlo das crises de enxaqueca. Além disso, não foram reportados efeitos adversos significativos que contraindiquem esta prática nos doentes com enxaqueca.

Os estudos incluídos apresentam, contudo, amostras pequenas e heterogéneas, nomeadamente em relação à data e critérios de diagnóstico da enxaqueca, ao género dos indivíduos e às patologias de base. Bond e colaboradores, por exemplo, incidem o seu estudo sobre a população de mulheres obesas, enquanto Oliveira e colaboradores excluem doentes com patologias cardiovasculares e metabólicas, o que dificulta a comparação dos resultados obtidos nos estudos.

Por outro lado, os artigos analisados não são homogéneos quanto aos critérios de diagnóstico da enxaqueca, tipo e duração do exercício físico aeróbico praticado, escalas para avaliação da intensidade de dor e aos períodos de intervenção e de follow-up. A maioria dos estudos refere ainda que seria necessário um período de seguimento mais prolongado para se avaliar os efeitos a longo prazo do exercício físico aeróbico no controlo das crises de enxaqueca.

Pelos motivos expostos, os artigos incluídos apresentam elevada heterogeneidade, pelo que foram classificados com um nível de evidência moderado a baixo. São, assim, necessários mais estudos, nomeadamente com maior uniformização metodológica, para que seja possível definir concretamente a duração adequada da intervenção (número de horas de exercício aeróbico por dia ou por semana), o tipo de intervenção efetuada (diferentes tipos de exercício aeróbico), os benefícios e os efeitos adversos a curto e longo prazo, e os subgrupos de doentes com enxaqueca que mais beneficiariam com esta intervenção. Seria ainda importante a definição de uma única escala de avaliação da intensidade da dor a ser utilizada em todos os estudos realizados, reduzindo-se provavelmente assim o risco de viés, conduzindo a que os resultados do efeito da intervenção fossem consequentemente mais fidedignos e comparáveis entre si.

Concluindo, apesar de se considerar necessária a realização de mais ensaios clínicos uniformes e com maior rigor metodológico para definir concretamente os efeitos a curto e longo prazo do exercício aeróbico nos doentes com enxaqueca, é possível recomendar a sua inclusão na abordagem profilática dos mesmos (FR B).

Conflito de interesses

Os autores declaram não existir quaisquer conflitos de interesse nem qualquer financiamento na realização do presente trabalho de revisão científica.

Referências bibliográficas

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Recebido: 18 de Julho de 2020; Aceito: 15 de Julho de 2021

Endereço para correspondência Maria João Coelho E-mail: maria.joaoccoelho@hotmail.com

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