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Revista Nutrícias

versão On-line ISSN 2182-7230

Nutrícias  no.25 Porto maio 2015

 

Investigar nutrição em portugal: Indexação da Revista Científica

 

Conceição Calhau1,2

1Nutricionista
2Professora, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

 

Os cientistas fazem ciência, fazem investigação científica. Para tal, usam o método científico. Fazem perguntas, colocando hipóteses, e pretendem encontrar respostas. A pertinência dos resultados leva a avanços na investigação. Os cientistas têm ideias que, em geral, constituem avanços, sempre em relação ao estado da arte, dos conhecimentos, do momento. Assim, cresce o conhecimento científico, assim é possível, nas áreas das ciências da saúde, e, em concreto nas da nutrição, avançar com estratégias de prevenção, de diagnóstico e de tratamento, baseadas na evidência. Depois da pergunta e da resposta que o cientista foi capaz de construir, não deve em si mesmo encerrar esse saber e, deve divulgar. Só com a divulgação permitirá que os seus pares, e não só, tomem conhecimento dos seus contributos para os avanços em determinada área. A publicação gera Divulgação e Ampliação. Primeiramente, a escrita de divulgação dos avanços científicos era não formal, e era de reduzido alcance. Em 1665, surge a primeira revista científica Philosophical Transactions of the Royal Society. Quando pensar no processo de escrita? Quando a pergunta inicial foi respondida! Assim, o processo passa pela ideia (hipótese), a implementação da investigação (do método científico) que gera resultados, surgindo novas ideias (a novidade) que necessitam de ser publicadas. O timing para publicar carece também de muita razoabilidade. Não devemos esperar de mais, nem devemos precipitar a intenção de publicação com resultados ainda insuficientes. No momento da escrita do texto científico que se pretende divulgar, percebe-se que se trata duma escrita com algumas particularidades linguísticas. Não é ficção nem poesia. A escrita científica é um género literário com identidade – uma escrita clara e concisa, fazendo chegar a mensagem de forma eficiente. Uma das importantes particularidades deste género literário é a referenciação. Nenhum outro estilo literário tem a obrigatoriedade de referenciar os artigos onde está a ideia que se pretende citar (cuidado, devemos citar a ideia e não o texto original). A escolha da revista constitui também uma decisão não menos importante no processo de divulgação. Pesando múltiplos factores. Um deles poderá ser a indexação, ou não, da revista. Actualmente, na área da nutrição, existe uma panóplia de revistas científicas de interface com a bioquímica, com o metabolismo, com a toxicologia, com a farmacologia, com a patologia, com a fisiologia, com a psicologia, com a neurofisiologia - desde revistas mais clínicas às revistas de investigação básica e, de translação. Em geral, todas com impacto na área das ciências da saúde. A publicação na Acta Portuguesa de Nutrição terá a vantagem de reconhecermos a sua história e, sobretudo a sua sempre fidelidade às ciências da nutrição em todas as suas vertentes de investigação e aplicação. O seu nascimento, fruto da fertilidade da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, e o perfil do corpo de editores, dará à revista o reconhecimento e confiança merecidos. A indexação permite, com maior eficácia, a ampliação da divulgação. A visibilidade dos artigos publicados em revistas indexadas é indiscutivelmente maior, permitindo ainda divulgar e disseminar nacional e internacionalmente a produção científica. A possibilidade de manter o registo (para futura memória) facilita a consulta por indicadores específicos de produção científica. A indexação desta Revista permite aumentar o alcance da divulgação internacional da produção científica nacional na área das ciências da nutrição. A originalidade dos resultados, e sobretudo o impacto destes, contribui para o impacto da revista. Desta forma, a escolha dos investigadores nacionais em publicar na Acta Portuguesa de Nutrição poderá ser também um incentivo à divulgação e à priorização da investigação nacional, de forma mais concertada. Entende-se que o caminho para identificação da importância da investigação que se faz em Portugal nesta área estará assim facilitada. O impacto duma publicação científica pode ser avaliado analisando o factor de impacto da revista onde é publicado, no entanto nem sempre se traduz, na prática, em impacto real. Ou seja, publicar numa revista de elevado factor de impacto, pressupõe que se trata duma revista científica muito citada pelos pares. Não significa necessariamente que o seu trabalho, em particular, vá ser muitas vezes citado, ou sequer, que vá ser citado. A real avaliação do impacto da investigação científica reside no número de vezes que o trabalho é citado. No entanto, também esta matéria poderá ser frágil, sobretudo se trabalharmos em áreas muito solitárias, em que poucos são os pares que se interessam no assunto, não significando, portanto, que o artigo tenha pouco interesse ou impacto. É da responsabilidade do corpo editorial manter a periodicidade e regularidade da publicação, submeter os artigos enviados para análise (revisão) aos pares (peer review) e ainda fomentar a internacionalidade da revista, globalizando-a, com a publicação dos textos em língua Inglesa. As regras para publicação, os critérios de selecção e de revisão devem ser rigorosos, estarem explícitos e detalhados. É da responsabilidade dos autores, investigadores nacionais (e internacionais), cumprir as premissas do método científico, publicar avanços originais, que foram alcançados usando as metodologias mais adequadas e numa linguagem clara e concisa e, bem referenciada. O investigador que optar, em qualquer momento, por publicar os seus avanços numa revista internacional, de alto impacto na área, deve, sempre que possível, referenciar artigos da Acta Portuguesa de Nutrição, o que irá contribuir, desta forma, para o seu impacto. O índice de impacto duma revista num dado ano é calculado somando o número de citações dos artigos publicados nos dois anos anteriores, dividindo o resultado pelo total de artigos publicados nesses dois anos (não considerando para este total os editoriais e cartas aos editores). Na área da nutrição em Portugal esta deverá, e será certamente, se não a única, a mais importante revista científica. A indexação, num futuro não muito longínquo, deverá permitir a excelência da nossa investigação.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Day RA, Gastel B. How to write & publish a scientific paper. Cambridge, UK: Cambridge University Press; 2012.

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