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e-Pública: Revista Eletrónica de Direito Público

versão On-line ISSN 2183-184X

e-Pública vol.8 no.1 Lisboa mar. 2021  Epub 01-Fev-2022

https://doi.org/10.47345/v8n1art1 

Editorial

Justiça desportiva

Sports justice

João Mirandai 

Pedro Moniz Lopesi 

1Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa, Portugal


Editorial

As formas de resolução de litígios na área do desporto têm vindo a adquirir uma crescente relevância social, para o que não foi indiferente o início de atividade do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) em outubro de 2015. Com efeito, as decisões emitidas pelo TAD e o confronto com a sua apreciação em sede de recurso pelos tribunais administrativos superiores têm motivado a elaboração de conceitos e de institutos do ordenamento jurídico-desportivo como nunca acontecera antes.

Os textos que agora se dão à estampa refletem esse dinamismo, sendo de salientar, antes de mais, a abordagem de dois temas recorrentemente decididos pelo TAD: a liberdade de expressão dos praticantes desportivos e a responsabilidade dos clubes desportivos pelos atos dos seus adeptos. Trata-se de matérias que ilustram, por um lado, a colisão entre direitos fundamentais e a amplitude de poderes disciplinares susceptível de ser reconhecida às federações desportivas, e, por outro lado, a ligação estreita entre o direito disciplinar desportivo e os princípios gerais do direito sancionatório.

O interesse na análise dos referidos temas estriba-se, ainda, no divergente tratamento de que têm sido alvo pela jurisprudência portuguesa, sendo de salientar a comparação entre as decisões do TAD e as dos tribunais administrativos superiores. Nessa medida, a abordagem a estes temas por mais do que um autor - seja em regime de co-autoria, seja em artigos autónomos - procura reflectir a pluralidade de visões e enquadramentos que os mesmos suscitam.

A apreciação crítica da jurisprudência produzida, assim como a análise de questões de cariz transversal - como sucede com o controlo jurisdicional do exercício das competências jurídico-administrativas das federações desportivas, as vias possíveis de reforma da legislação processual aplicável à arbitragem necessária e o estatuto dos árbitros do TAD -, têm igualmente espaço na publicação.

A análise destas matérias, para além de procurar evidenciar a relevância do direito adjetivo para o reconhecimento de direitos fundamentais no desporto, promove a reflexão sobre eventuais alterações ao enquadramento jurídico-processual em vigor. Neste âmbito, o espectro de matérias cobertas compreende a delimitação do âmbito da jurisdição necessária do TAD, a dualidade de normas aplicáveis aos processos principais e aos processos cautelares, a impugnabilidade das decisões perante o TAD, a publicidade das decisões; a articulação entre o TAD e o Tribunal Central Administrativo Sul e os poderes e deveres do árbitro no contencioso desportivo. No mais, pretende-se precisar o papel desempenhado pelas federações desportivas, delineando-se o conjunto de competências cujo exercício é jurisdicionalmente sindicável.

Biographical notes João Miranda joaomiranda@fd.ulisboa.pt, Professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa Alameda da Universidade, Cidade Universitária, 1649-014, Lisboa Pedro Moniz Lopes plopes@fd.ulisboa.pt, Professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa Alameda da Universidade, Cidade Universitária, 1649-014, Lisboa

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