Este número que agora se publica é o primeiro dos Cadernos do Arquivo Municipal a ser disponibilizado através do Open Journal Systems (OJS), um sistema em acesso aberto para a administração e publicação de revistas, desenvolvido, suportado e distribuído pelo Public Knowledge Project. Com a adoção do OJS a revista prossegue caminho no sentido da ciência aberta.

Também este é o primeiro número no qual a revista adotou a modalidade de publicação contínua. Desta forma, os artigos vão sendo disponibilizados sempre que aprovados e concluídos sem aguardarem a publicação do número na sua totalidade, que ocorre a cada semestre. Esta modalidade não só torna mais flexível o processo de edição, como permite um acesso mais rápido aos resultados de investigação disponíveis para pesquisa, consulta e citação.

Por fim, o tema. “Artes de educar: emergência e edificação do paradigma escolar moderno (meados do século XVIII - primeiro quartel do século XX)” partiu de um convite efetuado aos professores doutores Carlota Boto, da Universidade de São Paulo, Brasil, e Jorge Ramos do Ó, do Instituto Superior de Educação da Universidade de Lisboa, Portugal, para quem reservo uma palavra de apreço por todo o trabalho desenvolvido ao longo de cerca de um ano e meio e que está na base do dossier temático, constituído por sete artigos de grande qualidade científica, que revelam elementos sobre o paradigma da educação no período em apreço, centrados entre Portugal e o Brasil.

Importa referir que, sobre os domínios da instrução e da educação, o Arquivo Municipal de Lisboa detém documentação muito diversa em diferentes suportes, relativa a espaços, edificado, políticas ou intervenientes, que podem contribuir para aprofundar estudos já existentes e desenvolver novas perspetivas e abordagens. Faz, por isso, todo o sentido publicar um número dos Cadernos do Arquivo Municipal onde esta temática possa ser desenvolvida.

Parte desta riqueza de fontes decorre do cumprimento das responsabilidades dos municípios na implementação do ensino primário a partir do século XIX. Neste contexto, e de modo a cumprir eficazmente esta função, deu-se a criação, na Câmara Municipal de Lisboa, do Pelouro da Educação (1860-1926), ao qual competia concentrar e organizar toda a documentação relacionada com as várias áreas educativas. Para além desta documentação existe também outra, disponível em vários conjuntos documentais, como na Casa de Santo António, nos Processos de Obra Particulares ou nos livros de Atas das Sessões de Câmara, assim como em diversas coleções de fotografia.

Como exemplo, publicam-se dois trabalhos na Documenta, “O primeiro lactário de Lisboa”, referente à edificação desta estrutura na sequência das preocupações higienistas de apoio à primeira infância, na transição dos séculos XIX e XX, e o “Plano dos Centenários”, sobre a execução, em 1940, do plano geral de rede escolar de ensino primário.

Por fim, um agradecimento aos autores que contribuíram com os seus artigos para a edição deste novo número.