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Acta Portuguesa de Nutrição

versão On-line ISSN 2183-5985

Acta Port Nutr  no.30 Porto set. 2022  Epub 05-Mar-2023

https://doi.org/10.21011/apn.2022.3009 

Artigo De Revisão

CÃIBRA MUSCULAR ASSOCIADA AO EXERCÍCIO: HÁ ALGUMA SOLUÇÃO NUTRICIONAL?

EXERCISE-ASSOCIATED MUSCLE CRAMPS: IS THERE ANY NUTRITIONAL SOLUTION?

Pedro Miguel Mendes1  * 

António Pedro Mendes1 

Nuno Loureiro1 

João Pedro Araújo1 

1Medical and Performance Department, Sporting Clube de Portugal, Estrada da Malhada de Meias, Barroca d'Alva, 2890-529 Lisboa, Portugal


RESUMO

A incidência de cãibras musculares durante ou após o exercício físico intenso, denominadas por Cãibras Musculares Associadas ao Exercício, é algo recorrente em atletas de diferentes desportos. Este fenómeno caracteriza-se por uma contração espasmódica do músculo esquelético, habitualmente de curta duração, que provoca dor.

Com a evolução do conhecimento, algumas hipóteses têm vindo a ser exploradas para a etiologia da cãibra muscular, como o desequilíbrio hidroeletrolítico ou o desequilíbrio de forças de impulsos nervosos. Estes potenciais mecanismos têm levado ao desenho de soluções para reduzir a severidade dos eventos, nomeadamente a intensidade e/ou duração da dor causada pela cãibra muscular. A ingestão de sumo de pickles ou de vinagre de sidra são duas das estratégias com maior corpo de evidência. Foi elaborada uma revisão que apresenta o estado de arte neste tema de particular interesse, mas que é maioritariamente sustentado por evidência anedótica.

PALAVRAS-CHAVE: Ácido acético; Cãibra muscular; Cãibra muscular associada ao exercício; Sumo de pickles; Vinagre de sidra

ABSTRACT

The incidence of muscle cramps during or after intense physical exercise, called Exercise-Associated Muscle Cramps, is something recurrent in athletes of different sports. This phenomenon is characterized by a spasmodic contraction of skeletal muscle, usually of short duration, which causes pain.

Some hypotheses have been explored for the etiology of muscle cramps, such as hydroelectrolytic imbalance or imbalance of nerve impulse forces. These potential mechanisms have led to some strategies aiming to reduce the severity of these events, namely the intensity and/or duration of pain caused by muscle cramps. Ingestion of pickle juice or cider vinegar are two of the strategies with the largest body of evidence. This review presents the state of the art on this particular topic, although mostly supported by anecdotal evidence.

KEYWORDS: Acetic acid; Muscle cramp; Exercise-Associated muscle cramp; Pickles juice; Cider vinegar

INTRODUÇÃO

A Cãibras Musculares Associadas ao Exercício (EAMC) caracteriza-se por ser uma contração muscular involuntária intensa e dolorosa, que pode acontecer em diversas situações, de forma temporária. É possível distinguir-se entre cãibras pequenas, habitualmente em músculos de dimensões reduzidas e de curta duração, e cãibras maiores, generalizadas e com duração superior (1).

Atualmente conhece-se pouco sobre as causas associadas ao aparecimento de cãibras. No entanto, têm sido descritas na literatura duas possíveis hipóteses: distúrbios no balanço hidroeletrolítico do atleta e distúrbios no controlo neuromus- cular, remetendo para a existência de um desequilíbrio entre as forças dos impulsos excitatórios dos fusos musculares e os impulsos inibitórios dos órgãos tendinosos de Golgi (2, 3), resultando assim numa cãibra muscular.

A primeira hipótese relaciona o desequilíbrio hidroeletrolítico com o comprometimento da função de contração muscular, promovendo interrupções e descontrolos na mesma. Esta hipótese foi a primeira a ser descrita na literatura, baseada em elevadas perdas hídricas e de eletrólitos em trabalhadores industriais (mineiros, técnicos de siderurgia e técnicos de navios), visto que realizavam tarefas fisicamente exigentes, em locais com elevadas temperaturas e com materiais de proteção tipicamente quentes. Tendo em conta uma maior incidência de cãibras musculares generalizadas nesta população, desde cedo se associou a um provável desequilíbrio eletrolítico (4). Esta hipótese está maioritariamente associada a condições patológicas dos indivíduos e, muitas vezes, em contexto de internamento hospitalar (5).

A segunda hipótese remete para o impacto do controlo do sistema nervoso em cãibras musculares. Em 2011, Minetto e colaboradores verificaram um limiar de estímulo elétrico mínimo para o desenvolvimento de cãibra muscular significativamente superior na presença de um bloqueio do nervo periférico (extremidades nervosas no músculo abdutor do hallux), comparativamente à ausência do mesmo (6). Assim, este grupo de investigadores corroborou a hipótese da relação entre a cãibra e o sistema neuromuscular, proposta por Schwellnus et al, em 1997 (7). Ainda que careça de validação científica, esta hipótese parece ser a mais associada à EAMC.

Deste modo, algumas condições são considerados fatores de risco para o aparecimento de cãibras em praticantes de exercício, como fadiga muscular, falta de condição física para determinados esforços, ambiente quente e húmido, o sexo, a idade (nomeadamente o envelhecimento), índice de massa corporal, desidratação e consequente desequilíbrio eletrolítico, historial pessoal de cãibras, ou mesmo historial familiar (8 - 10).

A ocorrência de cãibras tem-se verificado em contexto de treino e competição na grande maioria dos desportos. No entanto, parece haver uma maior associação com desportos de endurance e desportos de equipa (com intervalos de alta intensidade), com maior incidência nos primeiros, nomeadamente na maratona, tendo-se verificado uma incidência de EAMC em 18% dos corredores, considerando diferentes fases da prova (1, 11). Por outro lado, num estudo realizado em jogadores de futebol americano, verificou-se que a maioria dos eventos de cãibra muscular (cerca de 95%) ocorreram em períodos com temperaturas mais elevadas. Para além disso, a incidência de EAMC foi maior nas primeiras 3 semanas de treino, remetendo para menores índices de condição física e convergindo com maiores cargas de treino. Uma redução da incidência de cãibras foi ocorrendo ao longo das semanas de treino (incidência de 37% na primeira, 27% na segunda, 18% na terceira e 4% na quarta) (12).

A associação de cãibras musculares e de magnésio é uma hipótese que no passado foi tida em consideração. Este mineral foi associado a este evento como potencial solução enquanto suplemento. No entanto, a falta de fundamentação científica desta hipótese permite atualmente desconsiderá-la. Em 2020, foi publicada uma meta- análise que envolveu 11 trabalhos experimentais. Este grupo de investigadores verificou que era muito improvável que a suplementação com este mineral tivesse um efeito profilático em cãibras musculares, principalmente em indivíduos mais velhos, independentemente das dosagens. Ainda assim, existe ainda uma escassez de trabalhos científicos relativos às cãibras associadas à gravidez, sendo que a evidência que existe não permite tirar conclusões (13).

METODOLOGIA

A metodologia baseou-se na pesquisa nas bases de dados PubMed® e ScienceDirect sem limitação de data ou país de realização dos estudos, mediante a utilização das seguintes palavras-chave: “Muscle Cramp”; “Exercise-Associated Muscle Cramp”; “Pickles Juice”; “Acetic Acid”; “Cider vinegar”. Após a leitura dos títulos de todos os artigos obtidos na pesquisa, identificaram-se 41 artigos potencialmente relevantes e após leitura parcial ou integral, 12 foram selecionados para a presente revisão narrativa, considerando a sua atualidade e adequabilidade do conteúdo.

Existem soluções nutricionais?

Tendo em conta as hipóteses etiológicas que a literatura aponta, ao longo dos anos têm sido descritas possíveis soluções, especialmente em fase aguda de EAMC.

Do ponto de vista nutricional, a ingestão de bebidas com eletrólitos pode atrasar o aparecimento de EAMC em atletas hipohidratados, assumindo que o fator promotor da cãibra esteja maioritariamente associado ao desequilíbrio hidroeletrolítico. Assim, Casa et al sugerem a ingestão de bebidas com eletrólitos para diminuição da incidência de EAMC, particularmente em casos de grandes perdas de sódio durante o exercício (recomendação nível B da escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT)) (14 - 16).

Por outro lado, a ingestão de sumo de pickles tem sido descrita como possível tratamento em fase aguda, assim como a mostarda e o vinagre (17). O teor de ácido acético e de sal nestes produtos parece ser o fator determinante para que estejam a ser associados à diminuição ou mitigação de EAMC (10, 18). Num estudo realizado em indivíduos hipohidratados, em que se comparou a ingestão de 1 mL/kg de sumo de pickles com a ingestão de água desmineralizada na mesma quantidade, após indução de cãibra no flexor curto do hallux, verificou-se que, perante a ingestão de sumo de pickles, a cãibra foi significativamente mais curta, apesar de não se terem encontrado diferenças na intensidade. Para além disso, não se verificaram diferenças na composição do plasma dos indivíduos, 5 minutos depois (19). Anteriormente, o mesmo grupo de investigadores já tinha verificado que a ingestão de pequenas quantidades de sumo de pickles e de uma bebida com hidratos de carbono e eletrólitos não promovia alterações significativas na concentração eletrolítica, volume ou osmolalidade do plasma, 60 minutos após a ingestão (20). Perante os resultados obtidos nos diferentes estudos, pensa-se que o mecanismo de ação de inibição da cãibra muscular se baseie no bloqueio da ação do neurotransmissor do neurónio motor alfa do músculo afetado pela cãibra, através do reflexo neuronal desencadeado pela presença do sumo de pickles, ou de outra substância com uma grande concentração de ácido acético, na cavidade orofaríngea. Paralelamente, o ácido acético parece favorecer a ação da acetilcolina na contração e relaxamento muscular (10, 19).

Neste seguimento, outras substâncias são apontadas pelo mesmo potencial inibidor derivado da elevada concentração de ácido acético. Num estudo realizado em 2020 por Marosek e colaboradores, em que foram analisadas amostras de produtos ingeridos por atletas, entre eles, sumos de pickles, mostarda amarela, vinagre de sidra, bebidas isotónicas, entre outros, verificou-se que a concentração de ácido acético é o fator determinante para o efeito inibidor ou preventivo de cãibra muscular. Assim, o sumo de pickles, a mostarda amarela e o vinagre de sidra parecem ser as opções mais interessantes para essas finalidades. Considerando o teor de ácido acético de diferentes produtos, verificou-se que consumir cerca de 74 mL de sumo de pickles ou 3 pacotes de mostarda (cerca de 21 g) parece ser o suficiente para o efeito pretendido (18).

Outras possíveis soluções não nutricionais

O escasso conhecimento tem levado à adoção de diversas estratégias para prevenir EAMC, que na sua maioria carecem de robustez científica e de suporte experimental, tais como crioterapia, termoterapia, infusão intravenosa ou electroestimulação nervosa transcutânea (19). O alongamento muscular como estratégia de solução para fase aguda está bem descrito na literatura (10, 19, 21 - 23).

Tem também sido estudada a utilização de quinina para prevenção e alívio destas cãibras, mas a fraca robustez científica não justifica a sua utilização. Importa ainda referir que alguma literatura sugere efeitos adversos graves associados à toma de quinina por um período superior a 60 dias (24, 25).

ANÁLISE CRÍTICA

A adoção de estratégias nutricionais para a prevenir ou aliviar EAMC pode ser de elevada importância no contexto desportivo, pela praticidade das mesmas. No entanto, a falta de robustez científica e de dados experimentais constitui uma dificuldade para a transposição do conhecimento teórico para o contexto prático. Neste sentido, a literatura apresenta limitações metodológicas, como os procedimentos de indução de cãibras, que diferem dos casos reais de cãibras musculares associadas ao exercício, visto que foram maioritariamente desencadeadas por estímulos externos.

Embora haja necessidade da realização de mais trabalhos experimentais e de aumentar o conhecimento relativo, não só à etiologia concreta da EAMC, como também às possíveis estratégias de prevenção e tratamento, a pouca literatura científica referente à utilização de produtos ricos em ácido acético como o sumo de pickles, o vinagre de sidra ou a mostarda parece ir ao encontro da evidência anedótica existente. Importa ainda salientar que parece ser suficiente a permanência do ácido acético por alguns segundos na cavidade oral para que haja uma ativação dos recetores orofaríngeos, que despolete o processo anteriormente descrito de bloqueio nervoso.

Assim, a utilização destes produtos poderá ser uma estratégia relevante para a prática desportiva, em situações em que a incidência EAMC condicione o rendimento desejado.

CONFLITO DE INTERESSES

Nenhum dos autores reportou conflito de interesses.

CONTRIBUIÇÃO DE CADA AUTOR PARA O ARTIGO

A elaboração do presente artigo foi repartida pelos 4 autores, sendo a escrita propriamente dita realizada essencialmente pelos dois primeiros autores, com a supervisão dos dois seguintes. Antes da conclusão do artigo, foi realizada uma análise crítica pelos autores supervisores que levou à correção de alguns pontos descritos ao longo do texto

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Recebido: 23 de Fevereiro de 2022; Aceito: 30 de Setembro de 2022

*Endereço para correspondência: Pedro Miguel Mendes Medical and Performance Department, Sporting Clube de Portugal, Estrada da Malhada de Meias, Barroca d'Alva, 2890-529 Lisboa, Portugal pedromiguelmendes.nutrition@ gmail.com

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