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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online

versão impressa ISSN 2183-8453

RPSO vol.11  Gondomar jun. 2021  Epub 07-Jan-2022

https://doi.org/10.31252/rpso.03.04.2021 

Artigo de revisão

EVENTUAIS CONSEQUÊNCIAS DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO NO DESEMPENHO E SINISTRALIDADE LABORAIS

EVENTUAL CONSEQUENCES OF OBSTRUCTIVE SLEEP APNEA IN LABORAL PERFORMANCE AND SINISTRALITY

1Licenciada em Medicina; Especialista em Medicina Geral e Familiar; Mestre em Ciências do Desporto; Especialista em Medicina do Trabalho e Doutoranda em Segurança e Saúde Ocupacionais, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Presentemente a exercer nas empresas Medimarco, Higiformed e Medilavoro; Diretora Clínica da empresa Quercia; Diretora da Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online. Endereços para correspondência: Rua Agostinho Fernando Oliveira Guedes, 42, 4420-009 Gondomar. E-mail: s_monica_santos@hotmail.com

2Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária, com Competência Acrescida em Enfermagem do Trabalho. Doutorado em Enfermagem; Mestre em Enfermagem Avançada; Pós-graduado em Supervisão Clínica e em Sistemas de Informação em Enfermagem; Professor Auxiliar Convidado na Universidade Católica Portuguesa, Instituto da Ciências da Saúde - Escola de Enfermagem (Porto) onde Coordena a Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho; Diretor Adjunto da Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online. 4420-009 Gondomar. E-mail: aalmeida@porto.ucp.pt

3Assistente Convidada na Universidade Católica Portuguesa. Mestre em Enfermagem Avançada; Especialista em Enfermagem Comunitária. Colaboradora do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde. 4169-005. E-mail: tcosta@porto.ucp.pt


RESUMO

Introdução/enquadramento/objetivos:

A Apneia Obstrutiva do Sono é razoavelmente prevalente e está associada a condições também cada vez mais frequentes, pelo que se supõe que a sua incidência continue a aumentar. Nesta patologia está incluída semiologia com capacidade para interferir em parâmetros relevantes, em contexto de Saúde Ocupacional.

Metodologia:

Trata-se de uma Revisão Bibliográfica, iniciada através de uma pesquisa realizada em março de 2021 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina e RCAAP.

Conteúdo:

Nesta patologia ocorre diminuição do calibre das vias aéreas altas, por colapso dos tecidos moles do pescoço, enquanto o indivíduo dorme, de forma recorrente. A obstrução pode ser total (apneia) ou parcial (hipopneia), sendo que ambas levam à hipoxemia, vários (micro)despertares noturnos, ou seja, a um sono fragmentado, bem como sonolência diurna e roncopatia.

O teste de diagnóstico gold standard é a Polisonografia noturna. Contudo, trata-se de um procedimento dispendioso e exigente a nível técnico, não sendo por isso de fácil acesso. Há, em alternativa, dispositivos portáteis para uso domiciliário.

A doença é prevalente na população global, sobretudo nos trabalhadores de meia-idade; tem aumentado devido à obesidade, diabetes, longevidade/idade dos trabalhadores e ao trabalho por turnos.

O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é o tratamento gold-standard para situações moderadas a graves.

A sonolência diurna está presente em cerca de metade dos que têm esta doença e tal é preditivo da existência de limitações laborais. Ela parece relacionar-se com menor atenção, menor capacidade de concentração, maior dificuldade em aprender tarefas novas e/ou executar tarefas monótonas.

Discussão e Conclusões:

A patologia pode influenciar negativamente a capacidade de trabalho e os acidentes laborais, sobretudo em postos onde existem tarefas exigentes a nível intelectual, mais monótonas e/ou máquinas com perigosidade relevante; diminuindo a produtividade, qualidade de vida e autoestima. Os Médicos do Trabalho deverão estar atentos aos setores profissionais mais relevantes neste contexto, de forma a questionar se o diagnóstico já foi efetuado ou se existe semiologia compatível, alertando para os riscos associados e direcionando, na medida das suas capacidades, a forma como se poderá obter um diagnóstico e terapêutica, até porque esta costuma ser eficaz. É também possível que os trabalhadores não valorizem ou reconheçam os sintomas; para além de que alguns, mesmo fazendo-o, poderão omitir o diagnóstico e/ou semiologia, pelo receio de ficarem de alguma forma prejudicados no exame de saúde ocupacional (na sua ótica).

Palavras-chave: apneia obstrutiva do sono; sonolência; saúde ocupacional; segurança ocupacional e medicina do trabalho

ABSTRACT

Introduction/background/objectives:

Obstructive sleep apnea is reasonably prevalent and is associated with conditions that are also increasingly frequent, so it is assumed that its incidence continues to rise. This pathology includes semiology with the ability to interfere with relevant parameters in the context of Occupational Health.

Methodology:

This is a Bibliographic Review, initiated through a research carried out in March 2021, in the databases “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina and RCAAP”.

Contents:

There is a decrease in the caliber of the upper airways, due to the collapse of the soft tissues of the neck, while the individual sleeps, on a recurring basis. The obstruction may be total (apnea) or partial (hypopnea), both of which lead to hypoxemia, several (micro) nocturnal awakenings, that is, fragmented sleep, as well as daytime sleepiness and snoring.

The gold standard diagnostic test is night polysomnography. However, it is an expensive and technically demanding procedure and is therefore not easily accessible. Alternatively, there are portable devices for home use.

It is prevalent in the population, especially among middle-aged workers; it has eventually increased due to the rise in obesity, diabetes, longevity/age of workers and shiftwork.

CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) is the gold-standard treatment for moderate to severe situations.

Daytime sleepiness is present in about haff of those who have this pathology and this is predictive of the existence of labor limitations. It seems to be related to less attention, less ability to concentrate, greater difficulty in learning new tasks and/or performing monotonous tasks.

Discussion and Conclusions:

The pathology has the capacity to negatively influence the ability to work and accidents, especially in places where there are demanding tasks at the intellectual level, more monotonous and/or machines with relevant danger, decreasing productivity, quality of life and self-esteem. Occupational Physicians should be attentive to the most relevant professional sectors in this context, to question whether the diagnosis has already been made or if there is compatible semiology, alerting to the associated risks and directing, as far as their capabilities are concerned, how to obtain a diagnosis and therapy, because it is usually effective. It is also possible that workers do not value or recognize symptoms; besides that, some, even doing so, may omit the diagnosis and/or semiology, for fear of being prejudicated in some way in the occupational health examination (in their view).

Keywords: obstructive sleep apnea; drowsiness; occupational health; occupational safety and occupational medicine

INTRODUÇÃO

A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é razoavelmente prevalente e está associada a condições também cada vez mais frequentes, pelo que se supõe que a sua incidência continue a aumentar. Nesta patologia está incluída semiologia com capacidade para interferir com parâmetros relevantes em contexto de Saúde Ocupacional. Pretendeu-se com esta revisão realçar o que mais relevante e recente se publicou sobre o tema

METODOLOGIA

Em função da metodologia PICo, foram considerados:

  • -P (population): trabalhadores com AOS

  • -I (interest): reunir conhecimentos relevantes sobre a interferência laboral desta patologia

  • -C (context): saúde ocupacional nas empresas com postos de trabalho ocupados por indivíduos com AOS.

Assim, a pergunta protocolar será: Em que medida a AOS poderá conseguir alterar o desempenho ou sinistralidade laboral?

Foi realizada uma pesquisa em março de 2021, nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina e RCAAP”.

No quadro 1 podem ser consultadas as palavras-chave utilizadas nas bases de dados e respetivo processo de seleção dos artigos.

Quadro 1 Pesquisa efetuada 

CONTEÚDO

Definição e Fisiopatologia

As doenças respiratórias do sono incluem a AOS, Apneia do Sono Central e a Hipoventilação Noturna; estas podem coexistir com outras alterações do sono, como a Insónia, Síndroma das Pernas Inquietas e Privação de Sono (1).

A AOS é uma das doenças do sono mais frequentes (2) (3) ou a mais frequente (4) (5) mas, ainda assim, não muito divulgada ou diagnosticada (3). Concretamente, há diminuição das fases REM- Rapid Eye Movement e SWS- Slow Wave Sleep (4).

Na AOS ocorre diminuição do calibre das vias aéreas altas (5) (15) (7) (8) (9) (10) (11) (12), por colapso dos tecidos moles do pescoço (2) (3) (9), enquanto o indivíduo dorme (15) (8) (11) (12), de forma recorrente (2) (5) (7) (8) (10) (11) (12). A obstrução pode ser total (apneia) (1) (3) (9) (11) (12) (13) (23) (15) ou parcial (hipopneia) (1) (3) (11) (12) (13) (23) (15), por pelo menos dez segundos (1) (3) (11) (12) (15), sendo que ambas levam à hipoxemia (5) (7) (13) (diminuição/dessaturação noturna) (9) (10) (11) (12), vários (micro)despertares noturnos (1) (2) (3) (10) (11) (12) (13), ou seja, a um sono fragmentado (2) (4) (5) (7) (9) (11), bem como sonolência diurna (SD) (3) (11) e roncopatia (3). Esta última surge através da vibração do palato e partes moles da faringe e origina uma resistência das vias aéreas superiores; existe, por exemplo, em cerca de 60% dos indivíduos do sexo masculino com mais de 35 anos (1), sendo o ressonar a tentativa de desobstruir as vias respiratórias (11). Aliás, os microdespertares também têm como objetivo corrigir a permeabilidade das vias respiratórias (1) (11) (12), através dos músculos inspiratórios (11), originando da mesma forma fragmentação do sono, fadiga e SD (11) (12). Estes podem ocorrer centenas de vezes durante o sono, tornando-o pouco reparador e, consequentemente, contribuindo para a SD excessiva (11).

De realçar que o principal fator que justifica a SD é a hipoxia noturna (1) (5) e a AOS é a causa mais comum de SD (1) (8). A qualidade do sono depende da fragmentação e da hipoxia/hipercapnia associadas às apneias; tal poderá alterar a comunicação normal entre as células neuronais e gliais, causando stress celular, alterações bioquímicas e vasculares (3). A hipoxia e a fragmentação do sono podem então originar alterações cognitivas (1).

A SD, por sua vez, também pode contribuir para a ansiedade e depressão, eventualmente através da diminuição da serotonina (3).

A apneia e a hipopneia potenciam a patologia cardiovascular (como a hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, enfarte agudo do miocárdio, morte súbita durante o sono e disritmias). A ativação simpática aumenta os níveis de catecolaminas, aumentando a patologia cardiovascular (9)- como a hipertensão e disritmia (15).

A obesidade (sobretudo pela acumulação de gordura a nível cervical e abdominal) potencia esta patologia. Acredita-se que entre as doenças do sono e as alterações metabólicas existe uma interação bilateral: a hipóxia aumenta a resistência à insulina e a privação do sono piora a tensão arterial, por exemplo; aliás, hipertensos não controlados dormem menos e apresentam um sono menos reparador (1).

Por sua vez, acredita-se que o estrogénio poderá potenciar a permeabilidade das vias aéreas superiores e atenuar a AOS (1).

Diagnóstico

O teste de diagnóstico gold standard é a Polisonografia (PSG) noturna (10) (11) (15) (16), que inclui o registo de parâmetros respiratórios (fluxos, saturação de oxigénio), Eletroencefalograma (EEG), Eletro-oculograma (EOG) e Eletromiografia (EMG) dos músculos mentonianos (11). Contudo, trata-se de um procedimento dispendioso e exigente a nível técnico, não sendo por isso de fácil acesso (10) (11). Há, em alternativa, dispositivos portáteis para uso domiciliário, sem a presença de qualquer técnico, ainda que parte dos dados possa perder-se e os candidatos a este procedimento devem apresentar, à partida, probabilidade elevada de terem AOS moderada a grave (11). A PSG regista a hipoventilação e a apneia (1).

Diagnostica-se com um Índice de Apneia/Hipopneia (IAH) superior a 5, durante uma hora. Quando a definição utilizada sobre o número em causa varia e/ou se conjuga com algum sintoma (como SD e roncopatia), a prevalência do diagnóstico, obviamente, será diferente. Outros investigadores usam como critério um IAH≥ 15 por hora ou ≥ 5 por hora e sintomas: mais de 11 pontos na Escala de Sonolência de Epwort (ESE), bem como roncos ou apneias testemunhadas (16).

A partir de 2007 surgiram recomendações específicas para a AOS, a nível europeu. Deve-se considerar a existência deste diagnóstico caso haja SD pelo menos uma vez por mês e suficientemente intensa para exigir que se pare o veículo, bem como IMC superior a 30, ESE ≥11, roncopatia e/ou apneias noturnas testemunhadas (11).

Em média decorrem onze anos entre o início da semiologia e a procura de ajuda médica; ou seja, trata-se de uma situação frequentemente subdiagnosticada, uma vez que a maioria não considera que a sua situação seja suficientemente grave para justificar procurar ajuda médica; geralmente esse passo é dado devido à insistência de algum familiar ou colega. Por vezes, até desconhecem que é uma patologia e que existem tratamentos (15).

A qualidade do sono também pode ser avaliada por questionários (como, por exemplo, o índice de qualidade do sono de Pittsburgh- IQSP), com sensibilidade de 90 e especificidade de 87% (15).

O rastreamento/ diagnóstico e o tratamento diminuíram a sinistralidade rodoviária e os custos associados. No momento do diagnóstico o indivíduo deve ser informado do risco acrescido de acidente (11).

Outros exames auxiliares/meios de diagnóstico relevantes

A avaliação da sonolência pode ser efetuada através da ESE (11) (26), um questionário de autopreenchimento, através da atribuição de pontuação à SD associada a diversas situações eventualmente monótonas. Ainda que baseado na subjetividade, é um método simples e rápido. O total oscila entre 0 e 24 e, quanto maior o valor, maior a intensidade da SD. Considera-se que esta é excessiva para valores superiores ou iguais a 10. Contudo, alguns estudos não encontraram correlação com a sinistralidade, acreditando que ou o método não é muito adequado ou, então, os trabalhadores já tomaram medidas para atenuar a sonolência e, por isso, têm menos acidentes (11).

Em alternativa alguns sugerem o Teste de Latência ao Sono Múltipla (TLSM); ainda que mais objetivo, é também menos prático e tem de ser executado em laboratório, tal como o Teste de Manutenção de Vigília (TMV). Ambos incluem o EEG (derivações frontal, central e occipital), ECG, EMG mentoniana e EOG. O TLSM é recomendado quando existe suspeita de narcolepsia ou hipersónia de origem central. Quanto maior a sonolência, mais rapidamente o indivíduo adormecerá num ambiente escuro e silencioso, na posição deitada. O TMV também avalia a capacidade de se manter acordado quando sentado confortavelmente a meia luz. Ambos são de difícil aplicação em instituições hospitalares, exigindo laboratórios especializados para o estudo do sono. Em relação ao risco específico de acidentes rodoviários, o TMV pode ser mais relevante, dado valorizar mais a capacidade de manter a vigília, versus a tendência para adormecer (11).

Os simuladores de condução poderão constituir uma alternativa, ainda que com limitações; ou seja, registam o desempenho associado à SD, mas os resultados variam entre modelos (11).

O IMC pode prever o risco de existir AOS, tal como o perímetro cervical e a tensão arterial. Contudo, tais critérios não são aplicados na generalidade dos exames médicos (26). O aumento do perímetro cervical diminui o tamanho funcional da faringe. Acredita-se por isso que a gordura cervical é um preditor mais relevante que a obesidade central (18).

Prevalência

A AOS é prevalente na população global, sobretudo nos trabalhadores de meia-idade (23). Ela tem aumentado eventualmente devido à subida da obesidade (1) (5) (10) (16), diabetes (1), longevidade/idade (5) (10) e ao trabalho por turnos (1) (16) (que altera os ciclos sono-vigília e jejum-ingestão e respetiva cronodisrupção fisiológica e metabólica) (16).

Existem inúmeros documentos que publicaram dados relativos à prevalência, alguns de forma generalista, nomeadamente 1 a 8 (13), 3 (1), 5 (26) ou 20% (11).

Alguns artigos realçam a distinção entre sexos, registando valores de prevalência de AOS moderada a grave (15 ou mais eventos por hora de sono) em 23% no sexo feminino e 50% no masculino (5) ou ainda que a prevalência é inferior no sexo feminino (3 a 4% versus 6 a 9%) (8). Outros estudos conjugam o sexo com a idade, relatando prevalências de entre os 30 e os 60 anos de 9% no sexo feminino e 24% no masculino (10) (23); 4% nos indivíduos do sexo masculino de meia-idade (12) ou ainda 67% nos homens idosos (1). Alguns documentos relacionam a prevalência em função apenas da idade, salientando que existe em 10 a 25% dos adultos nos EUA (a maioria não diagnosticada e/ou, pelo menos, não tratada) (19) ou que, no ocidente, cerca de 5% dos indivíduos adultos a apresentam (15).

Por vezes destacam-se setores profissionais, que pela perigosidade da SD, são mais vigiados, como é exemplo a prevalência aumentada em motoristas sul coreanos, versus população geral (36%, ou seja, quase quatro vezes mais) ou 29% dos motoristas portugueses (20). Para motorista no global, sem uma nacionalidade em específico, encontram-se valores na ordem dos 17 a 28 (26) ou 20% (1).

Um dos estudos destacou o trabalho por turnos, quantificando que a prevalência desta patologia parece oscilar entre 14 e 38% (versus população geral, com 2 a 14%) (16).

Por fim, um estudo referiu que a prevalência da AOS na Austrália (independentemente de idade, sexo ou profissão) era de cerca de 5% (4).

Fatores etiológicos, coexistentes, agravantes e/ou consequentes da AOS

Entre os artigos selecionados há alguma confusão entre os que são fatores etiológicos, coexistentes, agravantes ou consequentes, até porque, em algumas situações, as interações de causa-efeito são densas e, por vezes, bidirecionais e/ou o mesmo item pode inserir-se em mais que uma dessas categorias. No global, os fatores mais mencionados foram:

  • -doenças cardiovasculares (3) (5) (8) (9) (10) (11) (13) (23) (15) (16), sobretudo a hipertensão arterial) (8) (9) (11) (13) (16) e hipertensão pulmonar, doença arterial coronária, disritmias (11)

  • -doenças cerebrovasculares (3) (23)

  • -alterações metabólicas (3) (5) (10) como a diabetes (13), hipotiroidismo, acromegalia (devido às alterações nos tecidos moles das vias aéreas) e diabetes mellitus (11)

  • -obesidade (4) (8) (9) (11) (13) (23) (15) (16) (26)

  • -neoplasias (5)

  • -idade mais avançada (4)

  • -encurtamento mandibular e/ou maxilar (11)

  • -tabagismo (11)

  • -congestão nasal (11)

  • -depressão (11)

  • -trabalho por turnos (16), devido à cronodisrupção (21).

  • -tabagismo (13)

  • -álcool (13)

  • -narcoléticos (13)

  • -alterações cognitivas (5) e/ou “pseudodemência” (3) (controverso).

Semiologia

Ainda que uma parte dos indivíduos não se aperceba de alguns sintomas (9), a AOS leva geralmente a alterações na qualidade de vida, desempenho (4) e humor (4) (12)- nomeadamente ansiedade (10), depressão (10) (18), irritabilidade (5) e fadiga (10). A qualidade de vida e a atividade existente enquanto o indivíduo está acordado depende da qualidade do sono (22). Por vezes também ocorrem cefaleias matinais (5) (18).

Ainda que possa variar entre indivíduos (5), a AOS está associada a SD (5) (15) (13). Por vezes, o próprio indivíduo não se apercebe (da existência ou intensidade do sintoma) e/ou o valoriza (15). Dentro dos indivíduos com AOS, a SD é mais prevalente nos mais obesos, nos que têm sono mais fragmentado, hipoxia noturna e mais idade. Um estudo quantificou que 58% dos pacientes com AOS apresentam SD (5), ainda que existam indivíduos com AOS sem SD.

A semiologia típica inclui ainda a roncopatia; cansaço (13); noctúria (5) (13); alterações cognitivas (13)- como diminuição da memória (5) (15) (12) (13) (18) a curto prazo, da capacidade de aprendizagem (13) e da concentração (15) (12) (13) (18); bem como diminuição da líbido (13) e/ou disfunção erétil (18); podem existir também despertares noturnos (5) (15). Ou seja, os principais sintomas são a SD, ressonar e fazer apneias durante o sono (23). Por sua vez, a roncopatia fragmenta o sono, aumenta os despertares noturnos e a SD (1). A fadiga diminui muito a qualidade de vida (10).

Outros investigadores também publicaram que as alterações cognitivas podem atingir a atenção, memória, capacidade para resolver problemas (3) (23), planeamento e flexibilidade mental; devido em parte às alterações na circulação sanguínea cerebral (volume e velocidade) (3). O sono não repousante e a hipoxemia noturna levam a alterações neurocognitivas (sobretudo na memória a curto prazo e tempo de reação), bem como diminuição da vigilância, memória visual e capacidades verbais) (10). Um artigo especificou que em 76% dos casos verificou-se diminuição da concentração, em 62% diminuição da memória a curto prazo, em 40% dificuldade em ler, em 21% dificuldade em tomar decisões, em 7% menor criatividade e 2% incapacidade para distinguir entre estar a sonhar ou acordado (15). A nível das alterações cognitivas, as conclusões discordantes entre estudos (segundo alguns autores) poderão eventualmente ser justificadas por variáveis confundidoras (como idade, obesidade, nível educacional, alterações do humor, quociente de inteligência) ou até devido às diferenças na adesão ao CPAP. Para além disso, indivíduos mais jovens poderão apresentar capacidade superior de reversibilidade das alterações cognitivas, devido à maior plasticidade cerebral (3).

Relativamente a atividades do quotidiano, realçam-se a menor capacidade de acompanhar o cônjuge, amigos e/ou colegas de trabalho; maior necessidade de fazer sestas; diminuição da energia; adormecer durante algumas atividades; dificuldade em sair da cama; diminuição da produtividade; necessidade de trabalhar menos horas; tendência para adormecer ao manter a posição sentada; pior desempenho a conduzir máquinas; diminuição da motivação; aumento da irritabilidade e frustração; aumento dos sentimentos negativos e menor atividade social global (15). A privação do sono implica agravamento da situação (16), sobretudo a nível de apneias e do desempenho cognitivo (1).

Tratamento

A correta abordagem desta patologia diminuiu os custos de saúde de forma significativa (23).

O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é o tratamento gold standard para situações moderadas a graves (13) (8) (1), com utilização crónica (2) (9). Ele atenua as doenças cardiovasculares (3) (5) (13) (23) e metabólicas (hipertensão arterial, resistência insulínica e disfunção endotelial) (5), mortalidade global e a sonolência (13) (3); mas o efeito depende do número de horas de utilização. Também está descrito que atenua a ansiedade e a depressão e potencia o desempenho profissional, na medida em que melhora a capacidade de gerir o tempo, cumprir tarefas físicas e intelectuais, interação social e a produtividade em geral (13). Ou seja, permite aumentar a concentração, a capacidade para aprender novas tarefas, manter atividades monótonas, atenção e as capacidades manuais (10). Para além disso, está publicado que este diminui o risco de acidentes de viação (9) (23) em indivíduos com AOS grave, na ordem dos 65 a 78%, ou seja, atingindo quase os valores da população sem a patologia (8) (19) (20); bem como a nível de sinistralidade laboral (23). Alguns investigadores consideram que poderá conseguir reverter algumas alterações cognitivas, ainda que tal não seja consensual (3). Em alterativa, pode ser usado o BiPAP (Bi-level Positive Airway Pressure) (19). Contudo, ambos são geralmente subutilizados devido a problemas de adesão (15). Por sua vez, outros alegam que, na generalidade dos casos, o CPAP é bem tolerado (11).

É ainda possível, em alguns casos, utilizar dispositivos orais (para corrigir questões mandibulares) e/ou cirurgia. Os dispositivos de avanço mandibular são aparelhos intraorais que atuam na posição da mandíbula e língua e poderão ser adequados a situações de maior gravidade, índice de massa corporal normal, pescoço de dimensão normal e caraterísticas mandibulares e de dentição adequadas. A cirurgia mais frequente é a uvulopalatofaringoplastia (UPFP); os resultados não são lineares e, mesmo quando inicialmente eficaz, por vezes, um a dois anos depois, volta a aparecer a SD e alterações no IAH (11). O tratamento também deve incluir o emagrecimento (11) (13), reposicionamento na cama e suspensão de consumo de álcool e/ou fármacos que agravem a situação (8).

O médico é responsável por informar o indivíduo em relação aos riscos de conduzir sem tratamento (12). Este permitirá diminuir significativamente a sinistralidade rodoviária e laboral, como já se mencionou. Estima-se que nos EUA o CPAP consiga poupar cerca de 980 vidas anuais e que cada dólar gasto no tratamento poupa 3,5 dólares em sinistralidade (23).

Eventuais consequências laborais

A SD está presente em cerca de metade dos que têm AOS (8) e tal é preditivo da existência de limitações laborais (15) (8). Ela pode causar ainda alterações emocionais e sociais (15), incluindo eventual deterioração das relações interpessoais laborais (10). É uma importante causa de acidentes rodoviários e de trabalho, devido às alterações cognitivas (5)- o desempenho cognitivo depende da qualidade e quantidade de sono prévias (1). A AOS e a SD constituem um risco superior quando existe condução de máquinas e veículos (21). A produtividade, o absentismo/presenteismo e a progressão na carreira podem também ser afetados (15). Nestes indivíduos geralmente há pior desempenho laboral (8), menor produtividade (10) e maior absentismo (8) (10) e geralmente interrompem a vida ativa mais cedo (10). Como já se descreveu, a AOS parece relacionar-se com menor atenção, menor capacidade de concentração, maior dificuldade em aprender tarefas e/ou executar tarefas monótonas (10). A SD poderá estar associada a carga excessiva de trabalho, turnos noturnos e/ou planificação irregular. Ela poderá ser atenuada com a diminuição do número de horas nos turnos diurnos e noturnos, bem como com a inserção de pausas dentro destes (22). A privação de sono potencia a SD, diminuiu a vigilância e aumenta os erros e acidentes, bem como pior desempenho laboral (1).

A depressão é mais frequente nos indivíduos com AOS e isso também pode diminuir o desempenho laboral (8).

Alguns defendem que o Fluxo Expiratório Forçado no primeiro segundo (FEV1) poderá ser um importante preditor de algumas alterações na capacidade de trabalho (8).

Contudo, alguns autores não encontraram uma relação significativa entre a gravidade da AOS e a diminuição da produtividade laboral (8). Para além disso, a qualidade do sono e a gravidade da AOS parecem não modular a tolerância ao esforço (15).

-acidentes de viação e/ou laborais

Os acidentes de viação são acidentes laborais para todos os profissionais que tenham como tarefa específica conduzir uma viatura e, para os restantes, se o sinistro ocorrer em trajeto direto casa-trabalho ou o inverso.

Quanto mais grave é a AOS, maior o risco de acidente de viação (11), ou seja, os indivíduos com acidentes ou quase acidentes apresentam IAHs maiores e mais SD. Contudo, considera-se que o IAH, ESE, MLST e a informação proveniente dos simuladores não conseguem determinar com rigor o risco de acidente de viação (12).

Esta patologia implica hipoxia e alterações neurológicas que podem levar à diminuição do nível de alerta, atenção e desempenho cognitivo (23). Desde a década de 80 (11) que existe a noção de que indivíduos com AOS têm maior risco de sofrer acidentes de viação (3) (10) (11) (23) (26), sendo que o tratamento adequado atenua a sinistralidade (11), como já se mencionou. A SD potencia os riscos de acidente de viação (9) (15) (20) (21) (22) (23) ou quase acidentes e a principal patologia que a causa é a AOS (23), já realçado. Aliás, alguns consideram que a SD é o principal fator de risco para a sinistralidade rodoviária (11). A SD aumenta o risco de quase acidentes e acidentes (11) (12) (18) em 2 (18) ou 2,3 a 3,8 vezes mais (26). Ela justifica 22% dos acidentes em vias rápidas (23) ou 15 (26), 19 (1) ou 20% dos acidentes de viação em geral (26) (23). Também se pode relacionar com a privação de sono associada aos turnos prolongados, irregulares e/ou noturnos; por vezes igualando (3) (23) ou superando o risco de conduzir sob o efeito do álcool ou outras drogas (26). Alguns indivíduos (24%) admitiram perceber que adormeciam ao volante pelo menos uma vez por semana. A adicionar aos acidentes concretos, também estão envolvidos em numerosos quase acidentes, como já se mencionou. A autoperceção da sonolência é muito relevante porque pode fazer com que o indivíduo pare o veículo e/ou ingira cafeina (11).

O risco de acidentes de viação é 2,5 vezes superior ao da população em geral (2), duas a sete vezes superior (11) (12) (23) (26) ou 8% (1) (consoante os estudos consultados) e as lesões associadas serão em média três a cinco vezes mais prevalentes (26).

Os acidentes são mais frequentes (de forma estatisticamente significativa) com menos de cinco horas de sono diárias e entre as duas e as cinco horas da madrugada (11).

O consumo de álcool, mesmo que abaixo dos níveis legais, potencia as limitações da AOS em relação à condução de veículos (12).

Os condutores profissionais têm maior prevalência de AOS e fazem trajetos mais demorados (às vezes muitas horas seguidas), geralmente em vias rápidas (mais monótonas) e, por vezes, durante a noite; o desempenho rodoviário de condutores com AOS é inferior (11). Os motoristas profissionais com alguma frequência apresentam obesidade (11) (23), hipertensão arterial, dislipidemia, tabagismo, consumo de álcool e sedentarismo; o sexo masculino e a idade mais avançada também não favorecem a AOS (23). A prevalência parece ser superior neste setor profissional, versus população geral (23), segundo alguns investigadores na ordem dos 28% (11).

Num estudo iraquiano, por exemplo, um quarto dos motoristas referiu já ter tido algum acidente relacionado com a SD e num estudo turco percebeu-se que 44% dos motoristas já tinha sentido SD. Na Nigéria, por exemplo, 49% dos motoristas de táxi apresentavam AOS e 14% SD. Um estudo nos EUA quantificou que 60% dos motoristas apresentavam SD e 47% já tinham adormecido em viagens longas (1). Numa investigação brasileira, por sua vez, em motoristas de autocarro, verificou-se que 68% apresentava excesso de peso, entre os quais 34% com perímetro cervical na ordem dos 42 centímetros e, apesar do consumo de substâncias estimulantes (27% tabaco, 55% refrigerantes com cola e 88% café), apenas 28% pontuaram com menos 10 na ESE. No geral, 40% dos motoristas de longo curso e 21% dos restantes referem dificuldades em manter-se despertos (18).

Um estudo português com camionistas verificou que havia uma elevada prevalência de SD (20%) e 29% apresentavam AOS. 37% mencionou quase acidentes, sendo que 43% destes se associaram à SD; outros 37% referiram já ter tido acidentes concretos, dos quais 16% esteve associado à SD. Para além disso apresentavam prevalências elevadas de obesidade. 30% dormia não mais que seis horas por cada dia; esta situação mantida levará a mais SD, com atingimento da capacidade de alerta e do desempenho global e 37% destes ressonavam (26). Outro estudo português, publicado em 2009, avaliou 163 indivíduos com AOS, diagnosticada através de PSG noturna e considerou três grupos: com acidentes, com quase acidentes devido à sonolência (nos três anos anteriores) e os restantes. Concluiu-se que a intensidade da SD era superior no primeiro grupo, de forma estatisticamente significativa; tal como maior IAH e pior qualidade de vida. Ou seja, comprovaram que a apneia mais severa tem maior risco de sinistralidade (11).

Existe pelo menos um relato de um acidente de comboio (com várias fatalidades) que se julga ter sido originado pelo adormecimento de um funcionário, após a realização de turnos rotativos (incluindo alguns períodos noturnos e/ou prolongados) (19).

As sestas e as pausas durante o turno podem diminuir os acidentes (23).

Um sono adequado é essencial para um bom desempenho profissional (4). Os acidentes laborais são mais frequentes em indivíduos com AOS (13) (18), quer se insiram em postos intelectuais, quer manuais (mas, ainda assim, mais frequentes nestes últimos) (14); nomeadamente cerca de três vezes mais, no geral (1).

Obrigações legais/ Normas em alguns contextos específicos

Em Portugal, a aplicação das normas fica à responsabilidade dos Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMPs), coordenados por um médico ou psicólogo, devendo existir na equipa um médico oftalmologista e um administrativo, sob a fiscalização do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT). Na legislação nacional está descrito que a renovação da licença para conduzir em indivíduos com patologia do sono (também hipersónia e narcolepsia), deverá decorrer com exame médico da especialidade e respetiva aprovação, mas apenas para o grupo 1. Os veículos do grupo 2 (pesados de mercadorias e de passageiros) não têm de ser examinados por médico da especialidade, ficando a situação ambígua (11).

Quando se faz o diagnóstico, o paciente deverá receber informação relativa ao risco acrescido de acidentes de viação (11) (12), sendo que o CPAP normaliza esta questão (12), como já se mencionou. Está publicado que um mínimo de quatro horas de CPAP por dia normalizam o risco de acidente; ainda que até completar o primeiro mês possam ficar impedidos de conduzir à noite ou em vias rápidas (11). Contudo, os condutores deverão aumentar esse valor para seis horas em, pelo menos, 75% dos períodos de sono (19) Estas orientações foram implementadas obrigatoriamente até 2010 em todos os países da União Europeia. A partir dessa data, na renovação da licença para conduzir, passou a ser realizado o rastreio da AOS (11). Na Alemanha, por exemplo, a licença para conduzir só é ponderada após o mínimo de seis semanas com o CPAP (11).

Na generalidade dos exames de saúde ocupacional o clínico, normalmente, não faz questões que possam levantar esta hipótese diagnóstica; no entanto, a probabilidade desse rastreio ser feito, aumenta nos indivíduos com excesso de peso, roncopatia e/ou SD (19). No sentido de renovarem a licença para conduzir, muitos pacientes subestimam a situação, ocultando sintomas e/ou acidentes prévios (12).

DISCUSSÃO/ CONCLUSÃO

A patologia em causa apresenta capacidade para influenciar negativamente a capacidade de trabalho e os acidentes laborais, sobretudo em postos onde existem tarefas exigentes a nível intelectual, monótonas e/ou máquinas com perigosidade relevante, diminuindo a produtividade, a qualidade de vida e a autoestima. Os Médicos do Trabalho deverão estar atentos aos setores profissionais mais relevantes neste contexto, de forma a questionar se o diagnóstico já foi efetuado ou se existe semiologia compatível, alertando para os riscos associados e direcionando, na medida das suas capacidades, a forma como se poderá obter um diagnóstico e terapêutica, até porque esta costuma ser eficaz. Grande parte dos pacientes não valoriza ou reconhece os sintomas; para além de que alguns, mesmo fazendo-o, mentirão em relação ao diagnóstico e/ou semiologia, pelo receio de ficarem de alguma forma prejudicados (na sua ótica).

AGRADECIMENTOS

Nada a declarar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Recebido: 27 de Março de 2021; Aceito: 01 de Abril de 2021; Publicado: 03 de Abril de 2021

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