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Gazeta Médica

versão impressa ISSN 2183-8135versão On-line ISSN 2184-0628

Gaz Med vol.8 no.2 Queluz jun. 2021  Epub 01-Set-2021

https://doi.org/10.29315/gm.v8i2.417 

Imagens Médicas

Migração Intra-Abdominal de Sistema Intrauterino Após Perfuração Uterina

Abdominal Migration of an Intrauterine Device Following Uterine Perforation

Teresa Maria Sousa1  , Médica Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar
http://orcid.org/0000-0002-2131-8347

Helga Martins2  , Enfermeira especialista em Saúde Materna

1. Médica Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar, Unidade de Saúde Familiar Santa Clara, Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto IV - Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Portugal.

2. Enfermeira especialista em Saúde Materna, Unidade de Saúde Familiar Santa Clara, Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto IV - Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Portugal.


Palavras-chave: Migração de Dispositivo Intrauterino; Perfuração Uterina

Keywords: Intrauterine Device Migration; Uterine Perforation

Mulher de 37 anos, 2 gesta, 2 para (G2P2), sem antecedentes de relevo, colocou um sistema intrauterino (SIU) em consulta de ginecologia, dois meses após o segundo parto, em 2017. Foi realizada uma ecografia ginecológica imediatamente após a sua colocação, que assegurou o correto posicionamento do SIU.

A doente engravidou no ano seguinte à colocação do dispositivo. Nas ecografias obstétricas não foi possível identificar o SIU e assumiu-se que o mesmo teria sido expulso. A gravidez, sem intercorrências, foi acompanhada pela médica de família e em consulta de obstetrícia. O recém-nascido nasceu com 38 semanas, por parto eutócico, em 2019.

Figura 1: Sistema intrauterino localizado no quadrante superior direito do abdómen. 

Em 2020, a doente foi referenciada pela médica de família a consulta de ginecologia para contraceção definitiva. Na consulta, foram solicitadas radiografias abdominal e pélvica, que revelaram um corpo estranho com a forma de “T” no quadrante superior direito do abdómen (Fig. 1), identificado como o SIU colocado dois anos antes.

Foi realizada cirurgia laparoscópica para remoção do dispositivo e salpingectomia bilateral, durante a qual se constatou que o SIU estava ancorado no mesocólon transverso. Foi pedida colaboração da Cirurgia Geral, que confirmou a integridade da parede do cólon transverso. Ambas as intervenções decorreram sem intercorrências.

Os contracetivos intrauterinos apresentam elevada efetividade e segurança. A perfuração uterina é rara (0,06% a 0,16%) e obriga à remoção cirúrgica do dispositivo.1 Trata-se da complicação mais grave, que pode ser assintomática, causar dor abdominal, febre, ou hemorragia uterina.2 Em 15% dos casos, podem ocorrer complicações em órgãos adjacentes. O cólon é frequentemente o mais afetado.3

A gravidez após colocação do SIU deve fazer suspeitar de perfuração uterina.2 O diagnóstico deve ser realizado por ecografia, ou tomografia computorizada (após o parto). Em caso de migração e na ausência de comorbilidades, está recomendada a sua remoção para evitar complicações, nomeadamente a lesão de órgãos adjacentes, ou a formação de aderências. A abordagem cirúrgica deve ser planeada pela equipa médica, atendendo à localização do dispositivo.3

Referências

1. Pacheco A, Costa AR, Lanhoso A, Santos AT, Rodrigues C, Rebelo C et al. Consensos sobre contraceção 2020 [e-book]. SPDC, SPG e SPMR; 2020 [accessed 2021 Mar 3]. Available: Available: https://www.spdc.pt/images/SPDC_Consensos_2020_27Nov_Final_web_versao_livro_digital.pdf . [ Links ]

2. Mederos R, Humaran L, Minervini D. Surgical removal of an intrauterine device perforating the sigmoid colon: A case report. Int J Surg. 2008; 6:e60-62. doi: 10.1016/j.ijsu.2007.02.006. [ Links ]

3. Aliukonis V, Lasinskas M, Pilvelis A, Gradauskas A. Intrauterine device migration into the lumen of large bowel: A case report. Int J Surg Case Rep. 2020; 72:306-8. doi: 10.1016/j.ijscr.2020.06.011. [ Links ]

Responsabilidades éticas

Fontes de financiamento: Não existiram fontes externas de financiamento para a realização deste artigo

Confidencialidade dos dados: Os autores declaram ter seguido os protocolos da sua instituição acerca da publicação dos dados de doentes

Consentimento: Consentimento do doente para publicação obtido

Proveniência e revisão por pares: Não comissionado; revisão externa por pares

Ethical disclosures

Financing support: This work has not received any contribution, grant or scholarship

Confidentiality of data: The authors declare that they have followed the protocols of their work center on the publication of data from patients

Patient consent: Consent for publication was obtained

Provenance and peer review: Not commissioned; externally peer reviewed

Recebido: 02 de Fevereiro de 2021; Aceito: 24 de Março de 2021; Publicado: 30 de Junho de 2021

Teresa Maria Sousa [tmsousa@arsnorte.min-saude.pt] Rua Dr. António José de Sousa Pereira, S/N, 2º andar, 4480-807 Vila do Conde, Portugal ORCID iD: 0000-0002-2131-8347

Conflitos de interesse:

Os autores declaram a inexistência de conflitos de interesse na realização do presente trabalho.

Conflicts of interest:

The authors have no conflicts of interest to declare.

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