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Gazeta Médica

versão impressa ISSN 2183-8135versão On-line ISSN 2184-0628

Gaz Med vol.9 no.4 Queluz dez. 2022  Epub 31-Dez-2022

https://doi.org/10.29315/gm.v9i4.712 

Editorial

Formação dos Profissionais de Saúde: Necessidade de Atualização Permanente, uma Atividade Sem Fim

Training of Health Professionals: Need for Lifelong Updating, an Endless Activity

Helena Canhão1 

1. Diretora da NOVA Medical School.


A prestação de serviços de saúde de qualidade exige organização, estrutura, equipamentos, recursos logísticos e humanos de excelência. Um dos fatores que mais contribui para a qualidade dos cuidados, é a excelência da formação dos recursos humanos.

A formação dos profissionais de saúde começa nas universidades, mas é feita de forma contínua ao longo da vida. Nas faculdades de medicina decorrem os 6 anos de ensino pré-graduado, que terminam com a obtenção do grau para exercer medicina. E depois a formação na especialidade médica/cirúrgica, que pode ter uma duração de 4 a 6 anos, e que culmina com a obtenção do grau de especialista.

Da mesma forma que para a formação dos outros profissionais de saúde, garantir uma formação de elevada qualidade nas escolas médicas é essencial. O ensino das ciências médicas não é feito em secretárias, é feito à cabeceira do doente, colhendo histórias clínicas, executando o exame objetivo, com o apoio de um tutor que oriente o estudante. Desta forma, a capacidade das escolas médicas, de enfermagem, de nutrição e dos restantes profissionais, para a formação, está diretamente relacionada com a capacidade das unidades de saúde receberem e ensinarem estes estudantes. Assim, o ensino desenvolve-se em serviços de saúde que estão a prestar cuidados a cidadãos e a doentes em urgências, consultas, enfermarias, técnicas e cirurgias.

Por este motivo, a educação e o treino de profissionais de saúde tem de se renovar em permanência, para lidar com a formação em ambientes difíceis e, ao mesmo tempo, renovar-se para apresentar ambientes alternativos para essa formação com o uso de simuladores e de atores, com conteúdos atuais, úteis, que respondam aos novos doentes, para uma população mais letrada, que tem acesso rápido a informação.

A formação médica e em ciências da saúde pré e pós-graduada deve adaptar-se às exigências da nova sociedade e dos novos cidadãos, baseada num ensino de excelência, com adaptação à digitalização, conteúdos renovados, recurso a novas tecnologias e a novas disciplinas.

É urgente utilizar novas ferramentas e, ao mesmo tempo, ensinar como utilizar essas novas ferramentas e metodologias e integrar novos conteúdos. Atualmente são inúmeros os instrumentos disponíveis. Desde novas tecnologias de informação e comunicação, novas metodologias de ensino com simuladores, ambientes simulados, atores, team based learning, aulas gravadas, vídeos.

O uso de tecnologias educativas (edtechs) por profissionais da área da saúde e por estudantes de medicina é uma realidade crescente nas melhores escolas internacionais. A simulação, por exemplo, é um instrumento eficaz na formação de profissionais de saúde, possibilitando o contacto com situações realistas e potenciando a autonomia, o trabalho em equipa, a atualização em novas tecnologias e a segurança dos doentes.

Por outro lado, é cada vez mais importante que o ensino seja mais integrado, multidisciplinar e interprofissional, formando equipas com outros especialistas e outros profissionais de saúde. São cada vez mais necessárias competências não técnicas e não clínicas como por exemplo competências em gestão, liderança e comunicação. A colaboração com escolas de engenharia e de gestão é também essencial.

A formação pré e pós-graduada deve assegurar que o cuidado será centrado no doente, que este deve participar na gestão da sua doença, ser ativo na participação em estudos clínicos e no desenvolvimento de soluções inovadoras para lidar com a sua situação. As escolas médicas e as escolas de saúde em geral, devem também apostar na saúde pública, na investigação e na extensão dos serviços à comunidade.

As novas tecnologias devem contribuir para a otimização da organização dos cuidados de saúde, como por exemplo alta precoce após cirurgia com monitorização em casa, maior uso da telemedicina, hospitalização domiciliária, apoio cirúrgico à distância, apoio por especialistas em consultadoria à distância, processos eletrónicos acessíveis à distância. A utilização destes recursos deve estar incluída na formação médica nas universidades e ao longo da vida.

Melhorar a formação e reter os recursos humanos é a chave do sucesso na prestação de cuidados de saúde de excelência.

Sendo a educação médica, de nutricionistas e de profissionais de saúde em geral, crucial para a qualidade e esperança de vida da população, na NOVA Medical School estamos a preparar o futuro para continuar a assegurar um elevadíssimo padrão de qualidade de ensino. A parceria com a CUF é um exemplo de sucesso quer no ensino pré como no pós-graduado. Juntos temos adotado um modelo de ensino inovador, reduzindo a sobrecarga colocada aos doentes, recorrendo cada vez mais à tecnologia e a simuladores, preservando sempre a componente humanística e a relação médico-doente.

Recebido: 31 de Dezembro de 2021; Aceito: 31 de Dezembro de 2022; : 31 de Dezembro de 2022; Publicado: 31 de Dezembro de 2022

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