A CUF tem uma história de perto de 80 anos na prestação de cuidados médicos, hospitalares e de ambulatório. É uma referência na hospitalização privada.

A CUF tem também uma tradição de inovação na área clínica e na investigação. Na perspetiva clínica, inovou ao acompanhar a evolução dos tempos e modernizando os modelos dos seus hospitais. O Hospital CUF Descobertas é um bom exemplo: marcou a hospitalização privada a nível nacional, porquanto foi o primeiro hospital privado a ter equipas residentes e a ter um projeto clínico próprio e abrangente.

Da inovação assistencial, a CUF passou à inovação a nível científico. Colaboramos no ensino médico, e de outras áreas da saúde, colaboramos na formação específica de médicos ao receber internos de especialidade. Aqui destaco a aposta pioneira por termos conseguido, em 2009, a atribuição pela Ordem dos Médicos de idoneidade formativa para algumas das especialidades dos Hospitais CUF Descobertas e CUF Infante Santo. Entre os hospitais privados, fomos os primeiros a quem este reconhecimento foi atribuído.

Finalmente, a CUF criou a sua própria Academia para se dedicar com profissionalismo ao desenvolvimento da atividade científica em geral, nomeadamente à formação pós-graduada e apoio à realização de estudos clínicos e/ou doutoramentos.

Por rever no trabalho de investigação benefícios para os doentes e estímulo para os seus médicos, a CUF tem muitas ambições na área da investigação clínica. Sabemos que o caminho não é fácil, estamos a reforçar a estrutura de apoio à investigação clínica e estamos convictos de que alcançaremos as nossas metas. Queremos criar mais sinergias entre as equipas clínicas com o objetivo de evidenciar a nossa casuística, queremos incentivar as novas gerações a realizarem trabalhos de investigação, queremos otimizar a alocação de tempo médico à investigação e queremos apoiar as equipas clínicas com o trabalho oculto associado à investigação.

A realização das primeiras Jornadas CUF dedicadas à investigação clínica em janeiro do presente ano foi um marco relevante. Organizámos estas Jornadas por acreditarmos na qualidade da investigação científica que se desenvolve nas nossas unidades e na importância da partilha do conhecimento gerado.

Todos os trabalhos apresentados permitiram realçar as sinergias que a referenciação interna pode criar entre as diferentes unidades, por forma a potenciarmos a nossa casuística. Por exemplo, no que respeita os ensaios clínicos, o nicho de doentes é por vezes tão pequeno que haver referenciação interna é determinante.

Ligar a investigação clínica à prática assistencial diária de observação de doentes é de extrema importância. Ambas as atividades são essenciais ao exercício da medicina, sendo que a investigação é um fator motivador na rotina dos médicos, sobretudo dos que estão em formação. Por outro lado, a investigação desenvolve um espírito de minúcia muito útil na rotina diária dos médicos.

Todos damos como adquiridos os benefícios, por exemplo, da insulina no tratamento da diabetes, dos antibióticos no tratamento das infeções, de todas as terapêuticas oncológicas, das vacinas que permitiram, inclusive, erradicar algumas doenças no mundo. Todavia, são poucos os que refletem sobre o trabalho de investigação que esteve por detrás de todas estas conquistas.

É a persistência dos investigadores que permite ir alcançando pequenas, ou grandes, vitórias. A realização de ensaios clínicos e de estudos observacionais, nomeadamente multicêntricos permite evidenciar benefícios, ou efeitos adversos, de determinada terapêutica.

No nosso mundo global, estudar os efeitos de um determinado medicamento em vários tipos de populações permite, com maior eficácia, determinar quais são os seus verdadeiros benefícios ou efeitos adversos. Bom exemplo desta afirmação tem sido a monitorização mundial de todas as vacinas anti-COVID, o que aliás permitiu demonstrar eficácias distintas entre elas.

Igualmente, o desenvolvimento da engenharia tecnológica está a permitir o fabrico de múltiplos dispositivos médicos para vigilância remota de doentes. Com o aumento de doenças crónicas associadas a uma maior longevidade e com o isolamento social dos idosos, os dispositivos para a monitorização clínica à distância assumem uma importância crucial.

Por sua vez, a inteligência artificial, ao conseguir consultar bases de dados mundiais tem contribuído para uma maior precisão no diagnóstico médico. Refira-se, a título de exemplo, as diversas formas cutâneas de cancro da pele. Se o médico tiver disponível uma base de dados com milhões de imagens de cancros cutâneos, o computador ajuda a esclarecer as lesões que se devem valorizar.

Toda a evolução científica aqui referida teve de ser testada antes de os produtos dela resultantes serem colocados no mercado. Ou seja, os investigadores desenvolvem uma ideia, a qual dá origem a um projeto, cujo valor prático para a população e para os doentes terá de ser provado comprovado. É a chamada passagem da teoria à prática, na qual se inclui a investigação translacional.

Ao criar condições para desenvolver a investigação clínica, a CUF Academic Center está a reconhecer as mais-valias de ser parceira da investigação clínica, tanto para benefício dos seus doentes como para o estímulo dos seus médicos. Incentivando mais “médicos-investigadores”, contribuímos para o progresso e desenvolvimento científico. Disponibilizando novas formas terapêuticas às pessoas que nos procuram, estaremos a contribuir para a melhoria da saúde global.