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New Trends in Qualitative Research

versão On-line ISSN 2184-7770

NTQR vol.13  Oliveira de Azeméis set. 2022  Epub 02-Set-2022

https://doi.org/10.36367/ntqr.13.2022.e733 

Editorial

Novas tendências na investigação qualitativa em saúde: o rescaldo pandémico

New trends in qualitative health research: the pandemic aftermath

Jaime Ribeiro,1 
http://orcid.org/0000-0002-1548-5579

Ellen Synthia Fernandes de Oliveira,2 
http://orcid.org/0000-0002-0683-2620

Cleoneide Oliveira,3 
http://orcid.org/0000-0003-1784-7446

Brígida Mónica Faria,4 
http://orcid.org/0000-0003-2102-3407

Lucimara Fornari,5 
http://orcid.org/0000-0002-8655-6549

1 Politécnico de Leiria - Portugal

2 Universidade Federal de Goiás, Brasil

3 Centro Universitário Estacio do Cearà, Brasil

4 Politécnico do Porto, Portugal

5 Universidade de São Paulo, Brasil


Prefácio

Com o advento da pandemia de COVID-19, vimos emergir novas formas de fazer as coisas. Vários aspetos da vida cotidiana foram digitalizados. O que era presencial, em contexto, passou a ser feito a distância. Para o melhor ou para o pior também os cuidados de saúde e a investigação em saúde tiveram repercussões. Por um lado, houve aspetos que melhoraram, outros deixaram a desejar. Não os vou enunciar, porque já foram amplamente debatidos e agora importa dissertar o que nos trouxe até esta página. No campo particular da investigação qualitativa na saúde, também patente nesta edição da NTQR, observam-se novas tendências na forma de investigar, de recolher dados, de produzir resultados. Podemos até dizer que os sucessivos confinamentos e os constrangimentos na recolha de dados no campo, conduziram-nos a um processo mais reflexivo, de olharmos mais para o que outros produziram. Assistimos, nas diferentes áreas científicas, a um aumento de revisões de literatura e outras formas de recolher dados, como por exemplo os latentes na internet. Mas isto não é necessariamente prejudicial, pelo contrário, criou oportunidades para mapear e sistematizar conhecimento. Não reinventar a roda, mas constatar as "rodas" que existem, o que está feito, o que precisa ser feito, inovar e descobrir formas de melhorar os cuidados de saúde nas suas diferentes perspetivas. Talvez pela melhor acessibilidade a dados e logística facilitada, brotaram por exemplo as scoping reviews, que alicerçadas na abordagem qualitativa são das melhoras formas para constatar o estado da arte do que queremos conhecer. Observou-se também, um crescendo de pensamento fora da caixa, com recurso a métodos visuais de recolher informação, como por exemplo imagens e mesmo análises videográficas. Vivemos assoberbados com comunicações, conteúdos criados e trocas de informação, por cidadãos comuns, utilizadores de serviços, profissionais, cientistas e tantas outras pessoas, uma vastidão de dados inexplorados e que emergiram agora, porventura porque o imposto travão das nossas rotinas, levou que olhássemos com mais reflexividade e que lhes déssemos oportunidade. Tudo isto para dizer que a pesquisa mais sedentária, não só mudou a visão de fazer investigação cientificamente válida, como reinventou processos de obtenção de dados que estão à vista, mas que raramente era aproveitado. Sistematizar conhecimento disperso, encurta o tempo e recursos despendidos e acelera a aquisição de competências e, como frequentemente se afirma, a prática na evidência. A evidência existe, porventura não está ao alcance de todos, pelo que não é desprimor reunir, sistematizar, facilitar a interpretação e publicar conhecimento produzido por outrém. Investigar a partir do gabinete, do escritório de forma protocolada e estruturada é produzir conhecimento, que deve ser vertido e bebido por aqueles sem acesso e sem disponibilidade para encetarem investigações de raiz.

Por vezes, o melhor conhecimento já foi produzido, guiemos a sua descoberta!

Introductory Notes

With the advent of the COVID-19 pandemic, we have seen new ways of doing things emerge. Various aspects of everyday life have been digitalized. What was once face-to-face, in context, is now done at a distance. For better or worse, healthcare and health research also had repercussions. On the one hand, there were aspects that improved, while others left something to be desired. I will not list them, because they have already been widely debated and it is now important to discuss what brought us to this page. In the particular field of qualitative research in health, also evident in this edition of NTQR, new trends can be observed in the way of researching, collecting data and producing results. We can even say that the successive confinements and constraints in data collection in the field have led us to a more reflexive process, to look more at what others have produced. We have seen, in the different scientific areas, an increase in literature reviews and other ways of collecting data, such as those latent on the internet. But this is not necessarily harmful, on the contrary, it has created opportunities to map and systematise knowledge. Not reinventing the wheel, but noting the "wheels" that exist, what is done, what needs to be done, innovating and finding ways to improve healthcare in its different perspectives. Perhaps due to better accessibility to data and easier logistics, scoping reviews, for example, sprang up, which, based on the qualitative approach, are one of the best ways to establish the state of the art of what we want to know. We have also observed a growth in thinking outside the box, using visual methods to gather information, such as images and even videographic analysis. We live overwhelmed with communications, content created and exchanges of information, by ordinary citizens, service users, professionals, scientists and many other people. A vast amount of unexplored data that has now emerged, perhaps because the imposed brake of our routines has led us to look more reflectively and give it a chance. All this to say that the more sedentary research has not only changed the vision of doing scientifically valid research but has also reinvented processes for obtaining data that are visible, but that were rarely used. Systematizing dispersed knowledge, shortens the time and resources spent and accelerates the acquisition of skills and, as is often said, the practice based on evidence. The evidence exists, perhaps it is not within everyone's reach, so it is no disrespect to gather, systematize, facilitate the interpretation and publish knowledge produced by others. To research from the office in a protocoled and structured way, is to produce knowledge, which should be poured and drunk by those without access and without availability to start investigations from scratch.

Sometimes the best knowledge has already been produced, let us guide its discovery!

Recebido: 01 de Fevereiro de 2022; Aceito: 01 de Abril de 2022

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