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Etnográfica
versão impressa ISSN 0873-6561
Resumo
RENOLDI, Brígida. Estados possíveis: travessias, ilegalismos e controles na Tríplice Fronteira. Etnográfica [online]. 2015, vol.19, n.3, pp.417-440. ISSN 0873-6561.
Neste artigo descreverei o movimento das pessoas que trabalham entre a legalidade e a ilegalidade, passando mercadoria ilegal, ou legal, sem realizar os controles alfandegários, na confluência limítrofe de Brasil, Paraguai e Argentina. A noção de “ilegalismos” nos auxiliará na análise. O binômio legal/ilegal, explicitado nos códigos e regulamentações, produz uma fronteira moral entre o aceitável e o inaceitável do ponto de vista do Estado. Ao relatar as atividades que realizam estas pessoas e as condições nas quais o fazem se evidenciam as tramas que apagam tal fronteira, assim como as dinâmicas na vida cotidiana que vão “fazendo” o estado em cada movimento e decisão. Observar estes fenômenos da perspectiva nativa, de toda a rede que liga coisas, espaços, pessoas, âmbitos e ambientes, permite reconhecer que por trás de cada iniciativa existe uma reformulação prática dos termos ideais que definem o Estado. Essa perspectiva deixa em suspenso os juízos que veem na incongruência entre o que o Estado deveria ser e o que é o estado uma falha sustentada em última instância na reificação do problemático dualismo dos conceitos de estado/sociedade, permitindo-nos reconhecer os estados possíveis.
Palavras-chave : antropologia do Estado; ilegalismos; Tríplice Fronteira; travessia; contrabando; narcotráfico.