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Revista Lusófona de Educação

versão impressa ISSN 1645-7250

Rev. Lusófona de Educação  n.12 Lisboa  2008

 

Ana Maria Nozes

2007

A Dimensão da Afectividade na Relação Pedagógica: as representações de uma turma de 6ºano de uma escola EB 2/3 do Concelho de Loures

Orientação: Prof. Doutor Manuel Tavares

Enquanto professores deparamo-nos, diariamente, com a desmotivação dos alunos face às tarefas escolares, com a indisciplina, sob as mais variadas formas, e com o consequente insucesso escolar.

Ora, se a instituição Escola continua a não disponibilizar, por si só, a “poção mágica” para fazer face aos problemas vivenciados no terreno pedagógico, vamos fazer da Escola um espaço que permita o conhecimento fluir livremente, aconchegado pelas veredas do amor, no papel de um “novo” modelo de professor – O Professor Afectivo. Com a responsabilidade inerente ao papel de educador, sempre presente, o professor afectivo despe-se de regras, convenções e pressões e, numa espécie de simbiose pedagógica, leva a sua plateia de alunos a estender e a transcender os sentidos, até ao limite do horizonte da Vida, tornando-se inesquecível, significativo, um pilar da existência, para todos os que consigo se cruzarem!

Através de um estudo de caso, num universo constituído por 23 alunos, de uma turma de 6º ano, pretendemos conhecer as representações que estes alunos têm acerca da relação pedagógica que três das suas professoras estabelecem com os seus educandos.

Este estudo, qualitativo com uma vertente quantitativa, pretende analisar a dimensão afectiva na relação pedagógica e as suas contribuições para o desenvolvimento psicológico, afectivo e cognitivo dos educandos; verificar que um professor afectivo gera nos alunos o gosto pela disciplina e se confronta com menos problemas de indisciplina.

Pretendemos, assim, constatar que a pedagogia afectiva, ainda que não possa apresentar-se como “o caminho”, constitui “um caminho” capaz de abalar os pilares do conservadorismo educativo, capaz de contribuir para a formação de uma sociedade menos superficial, com mais conteúdo, mais transparente e, consequentemente, mais feliz!

 

While teachers, we face, diary, uninterested students before scholarship tasks, indiscipline, under various forms, and the consequent scholarship failure.

However, if school by it self, does not find the “magic potion” to confront experienced problems in the pedagogic field, we are going to make from school a space were knowledge can flow freely, conforted by love paths, in a “new” teachers role – the emotional teacher.

With the always present and inherent responsibility to the teachers role, the emotional teacher strips himself from rules, conventions or pressures and, with a kind of pedagogic symbiosis, takes his pupils group to extend and transcend the senses, as far as the lifes horizon limit, making it unforgettable, significant, a lifes treasure, to every person that passes by him!

Through a study case, in a universe of 23 students, of the 6th year group, we pretend to perceive the representations that these students have about the pedagogic relationships of three of their teachers establish with their students.

This qualitative study, that has a quantitative side, pretends to analyse the affective dimension in the pedagogic relationship and its contributions for the psychological, affective and cognitive development of students; confirm that an affectionate teacher beget in students pleasure for the discipline and have less problems of indiscipline.

So, we pretend to notice that an affective pedagogy, even though, we can’t present it as “the way”, is “a way” capable to shake the educational conservatism base and to contribute to the formation of a less shallow society, with more content, transparent and therefore, more happy!