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Etnográfica
versão impressa ISSN 0873-6561
Resumo
MASKENS, Maïté. Reconfigurações pentecostais de identidades masculinas em Bruxelas: a produção de masculinidades morais. Etnográfica [online]. 2015, vol.19, n.2, pp.323-345. ISSN 0873-6561.
O artigo trata os paradoxos de género nas igrejas pentecostais com fiéis africanos e latino-americanos em Bruxelas, argumentando que as experiências migratória e religiosa estão intimamente ligadas nestes espaços e que, na maioria dos casos, a mudança geográfica vivida pelos homens crentes conduziu a que questionassem a sua masculinidade “tradicional”. Estes homens veem muitas vezes ameaçada a sua capacidade para assegurar o sustento da família e experimentam por isso alguma vulnerabilidade, que a ideologia de género da sua religião contraria dando-lhes maior segurança e autoestima, ao afirmá-los como dirigentes do espaço religioso e chefes de família. Se bem que a masculinidade pentecostal adira a um modelo de masculinidade patriarcal hegemónica no que respeita à divisão sexual das tarefas domésticas, ao reconhecimento da autoridade formal dos homens e à visão das jovens mulheres como detendo a exclusividade do capital de “pureza” destas igrejas, ela revela também ruturas significativas relativamente a esse modelo: o discurso religioso valoriza o envolvimento doméstico, a sensibilidade e a brandura, encorajados como características masculinas. A masculinidade pentecostal torna-se assim um repertório de género variado, permitindo aos homens a oscilação entre várias identificações e posicionamentos sociais em função das situações específicas e dos diferentes contextos de enunciação.
Palavras-chave : masculinidade; igrejas pentecostais; migração; agência; género; masculinidade hegemónica.