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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
versão impressa ISSN 2182-5173
Resumo
MOREIRA, Ana Clara; CASTRO, Joana Catarina; BARREIRA, Joana Filipa e COIMBRA, Raquel. Tratamento da cólica infantil: uma revisão baseada na evidência. Rev Port Med Geral Fam [online]. 2019, vol.35, n.5, pp.367-380. ISSN 2182-5173. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v35i5.12128.
Objetivos: O objetivo é rever a eficácia das intervenções terapêuticas na cólica infantil, uma vez que se trata de um motivo frequente de consulta, o tratamento é difícil e constitui motivo de frustração para pais e profissionais de saúde. Fontes de dados: Bases de dados National Guideline Clearinghouse, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, NICE, Cochrane, DARE, Bandolier e MEDLINE. Métodos de revisão: Pesquisa de meta-análises (MA), revisões sistemáticas (RS), ensaios clínicos aleatorizados e controlados (ECAC), normas de orientação clínica (NOC) e outros estudos originais, em português, inglês e espanhol, publicados entre janeiro de 2006 e outubro de 2016, utilizando o termo MeSH infantile colic. Foi utilizada a escala de Jadad para avaliar a qualidade dos ensaios clínicos e a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT) para atribuição do nível de evidência e força de recomendação. Resultados: Dos 185 artigos obtidos, 17 preencheram os critérios de inclusão (quatro MA, sete RS, três ECAC e três NOC). Na sua maioria, o outcome avaliado foi o tempo de choro. As fórmulas hidrolisadas demonstraram eficácia; porém, não devem ser utilizadas indiscriminadamente. A evidência aponta-se mais consistente no uso de probióticos (L reuteri DSM 17938), havendo redução do tempo médio de choro diário, em regime de prevenção ou tratamento. O simeticone, frequentemente utilizado, não revelou benefícios. Nas terapêuticas complementares existe alguma evidência a favor da fitoterapia à base de funcho. Conclusões: Existem algumas estratégias que parecem apresentar benefício no tratamento da cólica infantil; no entanto, a evidência é escassa e pouco consistente. São necessários mais estudos com amostras maiores e critérios de diagnóstico padronizados. Tendo em conta que é um processo autolimitado, na ausência de evidência robusta sobre a eficácia dos tratamentos, a atitude expectante pode ser uma estratégia a considerar.
Palavras-chave : Cólica infantil; Recém-nascido; Lactente; Cuidados de saúde primários.