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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

versão impressa ISSN 2182-5173

Resumo

SILVA, Ana; CANICO, Hernâni; LOPES, Susana Rosa  e  SILVESTRE, Margarida. A ética principialista em medicina geral e familiar. Rev Port Med Geral Fam [online]. 2021, vol.37, n.3, pp.214-221.  Epub 30-Jun-2021. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i3.12693.

Introdução:

A ética principialista, de Tom Beauchamp e James Childress, constitui atualmente a teoria de maior aceitação na ética biomédica, fundamentada em quatro princípios: beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça. Estes fazem parte de uma moral comum servindo de guias gerais de ação de qualquer médico, incluindo o médico de família (MF). Os principais objetivos desta revisão são descrever como o Principialismo se pode aplicar à prática diária da medicina geral e familiar (MGF) e refletir acerca de como os princípios da bioética podem melhorar a relação médico-doente (RMD).

Métodos:

Foi elaborada uma revisão integrativa da literatura, incluindo convenções, declarações, tratados, livros de texto e artigos científicos de investigação. Selecionaram-se três bases de dados e foram usados critérios de inclusão específicos. De um total de 2.352 artigos, 161 foram lidos e 21 incluídos. Os resultados foram agrupados em quatro categorias: MGF e RMD; respeito pela autonomia; não maleficência e beneficência; e justiça.

Resultados:

Os MF desempenham o seu papel profissional promovendo a saúde, prevenindo a doença e providenciando cura, cuidados ou paliação. Na prática clínica apresentam-se dilemas morais ao nível da obtenção do consentimento informado, da confidencialidade, da prevenção da doença e da escolha dos exames complementares diagnósticos e terapêuticos. Estes surgem no contexto de uma relação interpessoal única, que é possivelmente o aspeto mais terapêutico da consulta.

Conclusões:

Apesar de toda a inovação tecnológica, a conduta moral e de princípios que rege a profissão dos MF continua fiel aos princípios da especialidade de MGF. Numa era de desumanização e de descontentamento global, torna-se imprescindível fomentar uma crescente humanização dos cuidados de saúde primários e recuperar valores éticos, no sentido de alcançar uma otimização da relação médico-doente, aprofundando o nível de compreensão da “posição de doente” e indo ao encontro das suas expectativas.

Palavras-chave : Bioética; Principialismo; Beneficência; Relação médico-doente; Medicina geral e familiar.

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