SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.30 número4Custo e carga das doenças inflamatórias intestinais em PortugalLinfoma difuso de grandes células B primário do reto em doente com colite ulcerosa sem terapêutica imunossupressora índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

Compartilhar


GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545

Resumo

SILVA, Raul et al. Impacto clínico, económico e social da síndrome do intestino curto/falência intestinal crónica em Portugal (estudo PARENTERAL). GE Port J Gastroenterol [online]. 2023, vol.30, n.4, pp.41-52.  Epub 01-Nov-2023. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000526059.

Introdução:

Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto clínico, económico e social da síndrome do intestino curto/falência intestinal crónica (SIC/FIC) em Portugal.

Métodos:

Estudo de coorte retrospectivo e multicêntrico de revisão dos processos clínicos incluindo uma componente transversal para avaliação da qualidade de vida (QV). Os critérios de elegibilidade incluíram doentes com SIC/FIC, idade ≥1 ano, em nutrição parenteral (NP) e clinicamente estáveis. A recolha de dados incluiu a revisão dos processos clínicos ao longo de um período de 12 meses e a aplicação de questionários auto-administrados a doentes e cuidadores e de questionários de QV (SF-36/ PedsQL™). Os indicadores principais foram a caracterização clínica e da NP, a utilização de recursos de saúde, custos diretos e QV dos doentes.

Resultados:

Foram incluídos 31 doentes (11 adultos e 20 crianças). A idade média (desvio padrão: DP) foi de 57.9 (14.3) anos nos adultos e de 7.5 (5.0) nas crianças com um tempo médio desde o diagnóstico de 10.2 (5.9) e 6.6 (4.2) anos, respetivamente. A NP foi administrada durante uma média de 5.2 e 6.6 dias por semana, em adultos e crianças respetivamente, em 81.8% e 90.0% dos adultos/crianças foi feita em casa durante uma média de 9.6 ou 10.8 meses por ano, respetivamente. O número médio anual de hospitalizações foi de 1.9 (1.6) e 2.0 (1.5) com uma duração média de 34.0 (47.4) e 29.4 (32.3) dias, em adultos e crianças, respetivamente. Foram reportados 21 e 40 episódios de hospitalização em adultos/crianças, dos quais 71.4% e 85.0% foram devido a complicações relacionadas ao uso de cateter. Os custos diretos anuais médios por doente ascenderam a 47,857.53 EUR nos adultos e a 74,734.50 EUR nas crianças, sendo que os maiores responsáveis foram a NP e as hospitalizações. A avaliação da QV mostrou um comprometimento clinicamente significativo da componente física nos adultos e uma deterioração relevante da dimensão escolar nas crianças.

Conclusões:

A gestão dos doentes com SIC/FIC em Portugal é caracterizada por uma sobrecarga substancial a nível terapêutico e de utilização de recursos de saúde, o que se traduz em elevados custos diretos e comprometimento substancial da componente física nos adultos e do desempenho escolar nas crianças.

Palavras-chave : Síndrome do intestino curto; Falência intestinal crónica; Nutrição parenteral; Encargo económico da doença; Qualidade de vida; Utilização de recursos de saúde.

        · resumo em Inglês     · texto em Inglês     · Inglês ( pdf )